Após ficarem com sobra no estoque em 2011, empresários estão menos otimistas neste ano.
A coleção de inverno das malharias de Monte Sião, no Sul de Minas Gerais, já está nas vitrines das lojas da cidade, mas as expectativas de vendas não são as mais otimistas. Após ficarem com sobra no estoque em 2011, os empresários estão mais cautelosos quanto à produção e esperam incremento de apenas 5% nas vendas sobre o exercício passado.
As informações são do presidente da Associação Comercial de Monte Sião, João Tadeu Dorta Machado. Ainda segundo ele, outro fator que estaria fazendo com que as empresas coloquem o "pé no freio" é a invasão dos tecidos chineses no mercado brasileiro, o que inclui o tricô. "O mercado merece ser pensado com um pouco mais de cautela. Tem ainda a questão do tempo, precisa fazer frio para a coleção de inverno vender", observa.
Dorta Machado acredita que a conjuntura econômica atual do país também não esteja permitindo metas muito otimistas de vendas. "As crises no mercado externo não nos afeta diretamente, pois nosso índice de exportação é muito baixo. Mas as pessoas estão agindo com maior cautela e as malharias de Monte Sião estão acompanhando esse movimento do mercado", diz. As empresas da cidade produzem cerca de 25 milhões de peças ao ano.
As vendas das 1,2 mil malharias que formam o Arranjo Produtivo Local (APL) de Monte Sião já começaram em dezembro do ano passado. O presidente da Associação Comercial explica que neste primeiro momento são feitas as vendas em varejo e que a partir de março iniciam-se as comercializações para o consumidor final. O centro comercial da cidade reúne mil lojas especializadas em tricô que vendem, principalmente, para turistas oriundos de São Paulo e Campinas.
Movimento - "Essas duas cidades são centros promissores que estão a menos de 200 quilômetros de Monte Sião. Temos muitas visitações aos finais de semana de pessoas desses lugares que vêm para passear e fazer compras. Assim, o varejo e o atacado dividem por igual as vendas totais", afirma. O movimento maior começa em março, mas as vitrines das lojas já estão tomadas pela coleção desde o dia 1º de fevereiro.
As apostas das malharias de Monte Sião estão nas tendências da moda para a coleção. As peças seguem basicamente quatro macrotendências: Anos 60: cortes precisos e formas limpas; Vintage: peças glamourosas inspiradas nos anos 40 e 50; Tradição chique: peças aconchegantes com acabamento artesanal inspirado no folclore e no campo; Casual Cult: estilo mais descontraído inspirado em roupas esportivas e múltiplas culturas do mundo contemporâneo.
Assim, o inverno de Monte Sião traz entre as peças-chaves cardigans acinturados e blazers com recortes. "Buscamos acompanhar as tendências mundiais da moda para garantir as vendas", afirma Dorta Machado.
Monte Sião tem cerca de 21 mil habitantes. As malharias da cidade empregam aproximadamente 8 mil pessoas, número que corresponde a 80% da população economicamente ativa da cidade.
Veículo: Diário do Comércio - MG