Citricultores banem uso do carbendazim

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O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), associação mantida por indústrias de suco e produtores de laranja, decidiu na sexta-feira retirar o agrotóxico carbendazim da lista dos defensivos que estão autorizados para o combate a pragas nos pomares (a chamada lista PIC).

A medida, já esperada, foi tomada após os EUA recusarem 20 carregamentos de suco de laranja de Brasil e Canadá com níveis da substância acima dos tolerados pelas autoridades locais. O carbendazim, usado no combate de doenças como a pinta preta, está proibido nos EUA.

"O carbendazim é um produto seguro, aprovado pela legislação brasileira e presente em muitos países, mas seu uso agora implica em um risco comercial para o Brasil", justifica Lourival Carmo Monaco, presidente do Fundecitrus.

Segundo ele, os produtores têm "plenas condições" de fazer o controle adequado das doenças de origem fúngica sem o uso do defensivo proibido. "Há mais de uma dezena de produtos capazes de cobrir essa lacuna, com vantagens. Além disso, vamos trabalhar com a indústria no desenvolvimento de novas moléculas", afirma.

Monaco acredita que uma nova lista de recomendações técnicas para o controle da pinta preta nos pomares será apresentada nas próximas semanas. Ele lembra que as pulverizações contra a doença só serão retomadas no meio do ano, uma vez que a safra 2011/12 está quase encerrada. "Vamos fazer o trabalho com muito cuidado, para que o produtor se conscientize", afirma.

O representante negou ainda que a substituição dos produtos à base de carbendazim por outros mais modernos, como aquele à base de trifloxistrobina, ainda protegidos por patente, vá culminar em um aumento de custo aos produtores. "É preciso ver o custo-benefício, a dosagem adequada. Não haverá prejuízo ao citricultor", garantiu.

Os preços globais da commodity têm sofrido forte volatilidade desde que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) começou os testes em carregamentos de suco, no último dia 9, após uma indústria de bebidas ter detectado a presença do carbendazim em uma amostra de suco importado do Brasil.

Na sexta-feira, os contratos da commodity para entrega em maio fecharam o pregão da bolsa de Nova York cotados a US$ 1,9485 por libra-peso, um recuo de 375 pontos. A baixa refletiu o alívio do mercado após a notícia de que o FDA não atestou a presença do fungicida proibido em níveis intoleráveis em amostras de suco coletadas no mercado americano.


Veículo: Valor Econômico


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