O mercado varejista latino-americano, com maior enfoque para o Brasil, tem atraído operações de países desenvolvidos. Os estrangeiros, além de chegarem por meio de fundos de investimentos com uma avalanche de fusões e aquisições, têm investido também na fomentação de conceitos de empresas para atender ao público local. Fora o crescimento das importadoras de veículos , as áreas de alimentação, vestuário e o próprio crescimento do comércio eletrônico têm despontado como os favoritos das empresas que não são made in Brazil.
Como é justamente o caso da rede norte-americana de iogurte congelado (frozen iogurte) Tutti-Frutti, com atuação em mais de 30 países e considerada atualmente como uma das maiores bandeiras do mundo em produtos gelados do tipo self service. Presente em países como Austrália, Colômbia, Nova Zelândia e México, entre outros, a empresa, que fora criada em 2007, apenas dois anos depois já entrava com operação no Brasil. Ou seja, a formatação do negócio já visava a expansão entre os latino-americanos, e a perspectiva é de atuar em um mercado em franca expansão no País - ao ponto de a rede, este ano, projetar movimento superior a R$ 35 milhões.
Com 21 lojas em funcionamento, a rede já tem 23 contratos de franquias assinados, sendo que todas as novas unidades devem ser inauguradas ainda neste ano. A meta é buscar dobrar a quantidade de lojas, além de enfocar no crescimento na Região Nordeste, de acordo com Mauricio Jikal, diretor-geral responsável pela franquia no País. O executivo afirmou ao DCI que atualmente a rede já está em cinco estados brasileiros, mas a meta é ter representatividade em todas as capitais, ao longo dos anos.
"A rede americana de frozen iogurte é pioneira no sistema self service no Brasil. Chegou em dezembro de 2009 e hoje possui 21 unidades, mas já tem contratos assinados para inaugurações ao longo deste ano", disse. Segundo o executivo, a ideia é expandir de forma gradativa e estratégica. "A estratégia no Nordeste acontece porque o produto é bastante sugestivo para o clima da região, mas ainda não está tão bem divulgado por lá", ressalta ele.
Para Denis Park, diretor-comercial da rede no Brasil, a próxima ação será um marco para a empresa, com a abertura da loja no Shopping Ibirapuera, na zona sul capital paulista. Importante polo comercial, o empreendimento deve contar com uma unidade que se torna loja estratégica, em termos de visibilidade. Fora isso, a marca garante estar atenta em manter a atenção em pontos de vendas que visem hábitos regionais de consumo.
"Queremos chegar a todas as capitais brasileiras. Já estamos em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e em Campo Grande. Em 2012 inauguraremos em, no mínimo, mais dois estados brasileiros. Os contratos já estão fechados", declarou. A marca ressalta a estratégia de apostar em criações inéditas sazonais, visando datas especiais e tendências de consumo, além de sabores fixos tradicionais. "Chegamos ao Brasil em 2009 e já ganhamos espaços privilegiados pelo País".
Os sabores oferecidos em boa parte das unidades são: morango, doce de leite, mirtilo, coco, limão siciliano, chocolate, cheesecake, wafer, original e original light. Cada 100 gr de frozen sai por cerca de R$ 5,50. Quem se interessa em ser franqueado da marca americana terá de desembolsar R$ 600 mil para começar a operar, fora o valor do ponto comercial. "Nossa prioridade é ponto em shopping, que sente menos as oscilações de clima", diz Jikal. As lojas têm até 100 metros quadrados e faturam, em média, R$ 100 mil por mês. O retorno do investimento geralmente acontece em até 24 meses.
O conceito de frozen iogurte ganha cada vez mais espaço e a rede terá uma forte concorrência com outras bandeiras do segmento. Mas a área de alimentação tem sido atrativa, tanto que outras áreas de fast-food também têm chegado ao País, como a rede de restaurantes americana Chili's, além da Hooters, com uma unidade para ser inaugurada no Mooca Plaza Shopping, na capital paulista.
Vestuário
Fora a área de alimentação, outro segmento com forte apelo aos aportes internacionais é o da área de moda. Tanto que várias empresas internacionais também começarão a aproveitar o bom momento para investir no varejo nacional, garantem altos executivos de grifes estrangeiras e empresas com representação em diversos segmentos.
Uma delas é a TriHub, empresa que está há um ano no mercado brasileiro e que trouxe quatro marcas esportivas internacionais para dentro do País, como a australiana 2xU (Two Times You), que fabrica roupas e acessórios esportivos, a Zixtro, marca chinesa que tem como carro-chefe as mochilas para os variados tipos de esporte e a Rolf Prima, esta última uma norte-americana que fabrica rodas de bicicleta aerodinâmicas e feitas à mão.
Por fim, a TriHub também aposta na comercialização de produtos da marca Tifosi, conceituada como a segunda marca norte-americana a firmar parceria com a importadora. A ideia é justamente trazer acessórios esportivos, como os óculos escuros que se adaptam aos diversos tipos de condições climáticas.
"Investimos US$ 150 mil para que as marcas chegassem no Brasil em 2011. Para 2012 vamos investir ao menos o dobro, e chegar a US$ 350 mil, considerando a boa resposta do público alvo", conforme explicou Edson Silva , diretor de Logística da empresa. De acordo com o executivo o crescimento do mercado consumidor brasileiro, somado ao franco crescimento do esporte no País fizeram com que o Brasil virasse um palco necessário para as grandes marcas internacionais. "O Brasil tem agora um mercado maduro e ativo para esta espécie de material, por isso aproveitamos a oportunidade".
Os próximos planos para este ano, de acordo com Silva, consiste em investir na loja virtual que oferecerá aos consumidores os produtos importados. "Nosso grande parceiro é a NetShoes que popularizou o acesso à compra de artigos esportivos pela Internet", completou.
Veículo: DCI