Folião encara Carnaval tributário

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Quem for pular o Carnaval deve estar consciente de que ressaca tributária do pós-festa pode ser brava. O Leão não perdoa o folião. A mordida que ele dá em itens carnavalescos de grande consumo é dolorida. Quem comprar confete e serpentina, por exemplo, do valor total desembolsado pelos itens, 43,83% seguirão direto para os caixas do governo. No caso das fantasias feitas em tecido a mordida é de 36,41%. Os números são do levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Eles mostram que para alguns produtos o percentual dos impostos supera a metade do preço pago pelo consumidor. Caso das bebidas alcoólicas, que têm pico de consumo nessa época do ano. Os impostos embutidos no preço da cerveja chegam a 55,60%. No caso da cachaça, a carga de tributos bate os 81,87%.

É válido lembrar que o maior percentual dos tributos brasileiros recaem sobre o consumo e, portanto, acabam sendo um peso maior nas costas da população de menor renda. Isso ocorre porque, proporcionalmente aos que tem um rendimento maior, as famílias de baixa renda despendem um percentual maior do salário para consumir.

O Leão não trabalha só no Carnaval. Eles morde durante 24 horas por dia ao longo do ano inteiro. Ontem, o Impostômetro, painel eletrônico que simula a arrecadação das três esferas de governo, mostrou que a arrecadação governamental já chegou a R$ 200 bilhões. Ao longo de todo o ano passado o montante arrecadado em tributos pelos governos foi de R$ 1,5 trilhão.


Veículo: Diário do Comércio - SP


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