Os preços de remédios na cidade de São Paulo variam até 235% de uma farmácia para outra, segundo pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
As maiores diferenças aparecem entre os genéricos. Sete medicamentos dessa categoria foram analisados. As variações de preço ficaram entre 66,6% e 235,3%.
Para o instituto, a discrepância existe porque o valor máximo dos remédios foi fixado pelo governo em um patamar muito alto.
O Idec não acredita que as diferenças de preço possam beneficiar o consumidor. "A drogaria que vende hoje a
R$ 2 pode cobrar R$ 10 daqui algum tempo", diz a advogada do Idec, Joana Cruz, que coordenou a pesquisa.
O presidente da Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), Odnir Finotti, considera a divergência de valores "algo muito bom".
"O preço só varia para baixo quando há concorrência."
O preço dos remédios negociados com as redes farmacêuticas depende do volume comercializado e do interesse dos laboratórios em colocar os produtos em determinado ponto de venda, segundo Finotti.
"A comercialização dos genéricos independe da marca. Cada empresa faz uma negociação para conseguir chegar ao consumidor."
O secretário da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), Ivo Bucaresky, afirma que o teto não pode ser mudado porque é fixado por lei, mas diz que há uma discussão sobre o assunto com a indústria. "Sabemos que há produtos com preço bem abaixo."
A pesquisa do Idec analisou o valor de 24 remédios nas cinco maiores redes da cidade.
Entre os 17 medicamentos pesquisados de marca registrada, os chamados de "referência", a diferença de preço ficou entre 11,11% e 66,67%.
Veículo: Folha de S.Paulo