A venda de sorvetes no varejo movimentou cerca de R$ 3 bilhões no ano passado. Mais da metade desse total (57%) veio dos potes de sorvete, consumidos em casa. O índice, no entanto, é inferior aos 63% verificados em 2007, quando o mercado somou R$ 1,8 bilhão em vendas. Sinal que o consumo de impulso, de picolés, cresce mais rápido que o consumo doméstico, de sorvetes em pote. Em tempos de crescente incerteza meteorológica, isso pode ser um problema.
"Em janeiro, quando houve muitas chuvas no Sudeste, o maior mercado de sorvetes do país, a venda de potes apresentou melhor desempenho que a venda de palitos", diz Rogério Lopes, diretor da unidade de sorvetes da Nestlé. Para a indústria, a compra programada, realizada em supermercados, é mais interessante do que a compra por impulso, em bares e lanchonetes. Não só porque os potes têm tíquete médio maior, mas porque são bem menos sensíveis às intempéries do tempo. Quando chove, ninguém compra picolé.
No radar da Nestlé - que, com a marca Garoto, tem 17% do mercado de sorvetes, em volume e valor -, também estão os produtos de apelo saudável e maior desembolso. Embora não divulgue números, a multinacional suíça está aumentando a distribuição das marcas Molico e Yogo. "Nos últimos dois anos, as vendas de Molico triplicaram", diz Lopes.
A linha Yogo!, de sorvetes à base de iogurtes, foi lançada pela Nestlé no verão passado. Nesta temporada, ganhou um concorrente de mesmo nome, lançado pela rival Kibon, da Unilever. (DM)
Veículo: Valor Econômico