Lucro da Souza Cruz sobe 11% em 2011

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Mesmo com uma queda de 1,4% no volume de cigarros vendidos, o que significa um bilhão de unidades - de 71,9 bilhões para 70,9 bilhões -, a Souza Cruz, líder do mercado brasileiro de cigarros com cerca de 61% do total, conseguiu elevar seu lucro líquido em 11%, alcançando R$ 1,6 bilhão no ano passado. Em 2010 a empresa havia registrado uma queda de 2% no seu resultado.

"Foi um ano bastante bom no sentido da continuidade do foco nas marcas 'premium' (as mais sofisticadas)", disse ao Valor o diretor financeiro e de relações com os investidores da Souza Cruz, Leonardo Senra. Segundo ele, as vendas das marcas mais sofisticadas e caras cresceram 0,7% em volume, permitindo que a receita líquida de vendas do negócio de cigarros subisse 11%, atingindo R$ 4,21 bilhões, o que representa 76% da receita líquida total da empresa que foi de R$ 5,55 bilhões. A receita líquida com exportações de fumo aumentou 4,7% apesar do câmbio desfavorável. Segundo Senra, o impacto cambial negativo foi compensado por preços melhores em dólar, maior volume exportado (37%), melhor mix de fumo e uma rigorosa gestão de custos.

A receita líquida total cresceu no ano passado apenas 1% em comparação a 2010, mas, de acordo com Senra, o número foi reflexo do fim do negócio de distribuição de cartões de telefonia móvel junto com a distribuição de cigarros.

De acordo com Senra, a Souza Cruz desistiu do negócio que vinha desenvolvendo como uma forma de obter uma receita marginal porque a margem tornou-se "muito estreita e pouco atrativa em relação ao risco". Com os cartões, ele calcula que a receita líquida total teria crescido 8%.

Apesar de ter deixado de obter essa receita extra, a Souza Cruz avalia que o investimento em distribuição própria foi um dos fatores que contribuíram para seu bom resultado em 2011.

A empresa elevou em 15% o número de pontos de vendas atendidos diretamente por suas equipes de distribuição, passando de 260 mil para 300 mil pontos. Também pesou no aumento da receita a elevação de 6% nos preços dos cigarros que vigorou a partir de 31 de janeiro do ano passado.

Os números da Souza Cruz, subsidiária brasileira da British American Tobacco (BAT), mostram que em 2011 o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortizações) cresceu no ano passado 13%, alcançando R$ 2,36 bilhões. Senra destacou o fato de que em 2011, enquanto o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o IBovespa, fechou o exercício com uma desvalorização de 18,1%, as ações da empresa fumageira fecharam com valorização de 26,7%.

Segundo o executivo, o grande inimigo do negócio de cigarros no Brasil continua sendo o mercado ilegal, principalmente o contrabando. Os dados da empresa mostram que foi esse mercado ilegal o responsável pelo crescimento de 0,6% no total de cigarros comercializados no país, alcançando 116,2 bilhões de unidades. Foram 115,5 bilhões no ano anterior.


Veículo: Valor Econômico


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