Valeant adquire fatia em laboratório de SP

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A multinacional Valeant anunciou ontem a compra de 19,99% de participação no laboratório Pele Nova, em Ribeirão Preto (SP), a quarta aquisição da companhia no Brasil em menos de dois anos - a última foi no mês passado, somando investimentos de R$ 350 milhões no país. Essa é a primeira compra de participação minoritária feita pela farmacêutica no Brasil. Nos outros três laboratórios, a Valeant adquiriu 100% dos negócios.

A Pele Nova é uma empresa de biotecnologia, focada em pesquisa e desenvolvimento. "Essa foi uma aquisição focada. A Pele Nova desenvolve um medicamento para regeneração de pele em pacientes com feridas crônicas [sobretudo as provocadas pela diabetes]. O que temos hoje são medicamentos voltados para cicatrização", disse ao Valor Carlos Picosse, presidente da companhia no Brasil. O valor dessa transação está estimada em US$ 10 milhões.

O Regederm, produto desenvolvido pela Pele Nova, em parceria com a Universidade de Ribeirão Preto, já tem seu registro feito na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e deverá ser lançada no mercado até o fim do mês. "Vamos criar um mercado de regeneração de pele", disse Picosse.

O laboratório de Ribeirão Preto começou a fazer pesquisas com o látex da seringueira Hevea brasiliensis, no início dos anos 90, que demonstrou inúmeras aplicações na área médica. A companhia tem em seu "pipeline" outros produtos, voltados para área dermocosmética, medicamento tópico, além de duas frações proteicas para indicação anti-inflamatória e dermocosmética. Segundo Marília Mello, diretora de novos negócios da Valeant, o novo produto da companhia já tem patente concedida no Brasil e Europa. "Estamos com outras quatro patentes em análise no Brasil, outras três na Europa e nos EUA, além de uma no Canadá e Japão", afirmou Marília.

Decidida a entrar no mercado brasileiro, a Valeant, de origem americana (no ano passado uniu-se à canadense BioVail), comprou há quase dois anos dois laboratórios. O primeiro foi o Delta, instalado em Indaiatuba (SP), em abril de 2010. Essa aquisição serviu como base para a companhia começar a desenvolver genéricos no Brasil. Quase um mês depois, o grupo anunciou a compra da Bunker, com sede na capital paulista, por cerca de R$ 100 milhões. No mês passado, o grupo desembolsou R$ 150 milhões na compra da empresa Probiótica, especializada em nutrição esportiva.

Os negócios da Valeant no Brasil representam cerca de 3% do faturamento global do grupo. A meta é atingir 7% em três anos. O faturamento da empresa no país foi de R$ 263,4 milhões em 2011, segundo a IMS Health. A expansão se dará por aquisições e compra de medicamentos. O movimento de consolidação da Valeant é global, com ênfase em países com potencial de expansão, como o Brasil, e também com possibilidade de diversificação de negócios. No mundo, a Valeant fatura cerca de US$ 3 bilhões. Fundada em 1960, originalmente como ICN (International Chemical Nuclear). Em 2005, resolveu se reorganizar e passou a se chamar Valeant. Nos últimos três anos, o grupo realizou importantes aquisições em países da Europa e do Hemisfério Norte.


Veículo: Valor Econômico

 

 


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