Venda de genéricos aumenta 47% no terceiro trimestre

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A crise parece que teve um efeito colateral inverso na indústria de medicamentos genéricos. No terceiro trimestre do ano, enquanto diversos setores se debatiam com problemas financeiros, os laboratórios que fabricam este tipo de remédio bateram recorde de vendas, movimentando US$ 588 milhões. O valor é 47% maior que o registrado em igual período do ano passado, quando chegou a US$ 401 milhões. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, os fabricantes faturaram US$ 1,5 bilhão, 15,4% acima do mesmo período de 2007, conforme dados do instituto IMS Health.

 

Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Odnir Finotti, o crescimento tem sido constante e serve como indicador da tendência de expansão do uso do genérico, provocado pelo aumento da renda. "Somado a isso, este tipo de medicamento, até 35% mais barato, permitiu maior acesso da população aos remédios", diz. Finotti acrescenta que a ampliação da oferta de produtos também contribuiu decisivamente para esta expansão. A entidade já detecta atualmente um crescimento do uso de medicamentos de uso constante, como anti-hipertensivos, controle de diabetes, antidepressivos, controle de obesidade, entre outros.

 

O volume também cresceu substancialmente, passando de 60,6 milhões de unidades comercializadas entre julho e setembro de 2007 para 73,4 milhões em 2008, totalizando uma alta de 21%. No acumulado do ano, o crescimento em unidades chegou a 17%. Com isso, os medicamentos genéricos ampliaram sua fatia dentro do mercado de remédios em geral, abocanhando 17,7% do total, a maior participação desde o ano 2000, início da comercialização. Em valores isso representou um salto de 13,5% para 14,3% no tamanho da fatia de mercado.

 

Nem mesmo a crise deve tirar o fôlego da indústria de genéricos, segundo Finotti, por se tratar de um artigo de primeira necessidade. "Devemos encerrar o ano com crescimento de 20% e manter essa média também em 2009", diz. Segundo o vice-presidente da Pró Genérico, a alta do dólar vem impactando os custos da indústria farmacêutica em geral, que importa cerca de 80% de seus insumos. "Mas se as vendas se mantiverem, essa situação se equaliza", acrescenta.

 

Outro aspecto que vem beneficiando o consumidor, garantindo preços mais atraentes, segundo a entidade, é a adoção do sistema de substituição tributária por alguns estados da federação. Isso tem permitido à indústria reduzir o peso da carga nos medicamentos, melhorando ainda mais o preço.

 

Estudos da Pró Genéricos indica que desde que chegaram ao mercado brasileiro, em 2000, a categoria de medicamentos já proporcionou uma economia de R$ 9,6 bilhões aos consumidores brasileiros. A entidade também acredita que o medicamento já conquistou a confiança por parte da classe médica, o que já colocou cinco medicamentos genéricos na lista de produtos mais prescritos no País.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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