Os fabricantes de chocolates, balas, chicletes e amendoins estão dispostos a fazer suas exportações crescerem para o continente africano e os Estados Unidos. A iniciativa é uma resposta às barreiras impostas pela Argentina, a maior importadora de doces brasileiros que, desde o ano passado, está condicionando a compra de produtos nacionais à venda de algum item argentino ao Brasil. Hoje, a Argentina responde por 16% das exportações brasileiras do setor que somaram US$ 335,8 milhões em 2011. EUA e África representam, respectivamente, 12% e 13%.
"Temos que redirecionar nossas vendas, já que o problema persiste na Argentina", diz Rafael do Prado Ribeiro, gestor de exportação da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Conforme publicou o Valor em 11 de outubro, há fabricantes brasileiros importando até palitos de pirulito da Argentina, para obter o certificado de livre circulação no país.
"As únicas empresas que não enfrentam restrição são as multinacionais que têm operação aqui e na Argentina", diz Ribeiro. São exemplos a Arcor e a Nestlé. Segundo o executivo, o governo brasileiro tenta negociar com o argentino as barreiras, que envolvem outras categorias de produtos nacionais.
Em 2011, as vendas de guloseimas brasileiras no exterior cresceram 11%, para US$ 335,8 milhões. Em volume, foram 128 mil toneladas, o que representa um recuo de 3,6% em relação ao ano anterior.
Os fabricantes brasileiros - especialmente de balas - passaram a ser vítimas de pirataria dos seus produtos na África, como mostrou o Valor em 27 de setembro. O pirulito Facepop da Dori, por exemplo, era sendo copiado no Congo e vendido a um valor 50% menor que o do original. "Precisamos de uma presença mais constante na África, já que daqui não é possível controlar a pirataria", diz Ribeiro. Segundo ele, qualquer irregularidade será tratada diretamente com os governos de cada país. "Vamos processar os falsificadores", diz. A China, segundo o Ribeiro, é uma das principais fornecedoras de balas duras piratas.
Nos Estados Unidos, onde a Hershey e a Mars dominam em chocolates, a intenção é fortalecer a presença dos fabricantes de balas e gomas de mascar. "Vamos fazer promoções em pontos de venda e estreitar a parcerias com distribuidores locais", diz ele. No ano passado, os associados da Abicab participaram da Sweets & Snacks em Chicago, umas das principais feiras internacionais do setor.
Veículo: Valor Econômico