Preços do feijão se mantêm em nível alto

Leia em 3min 40s

Pressão da oferta ainda reduzida.


A colheita do feijão primeira safra, em Minas Gerais, já foi praticamente encerrada. Mesmo com o aumento da oferta do grão no mercado, os preços se mantiveram em alta. De acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), os valores pagos pela saca de 60 quilos estão variando entre R$ 185 e R$ 210, dependendo da qualidade do produto, e a tendência é que se mantenham em patamares elevados. O valor máximo do grão está 162,5% superior ao mínimo estipulado pelo governo.

De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, unidade Unaí, no Noroeste de Minas, Reinaldo da Silva Martins, a safra na região, que é a maior produtora do Estado, já foi praticamente toda colhida e os produtores estão investindo no plantio da segunda safra. Os preços atuais do grão, segundo Martins, são recordes e deverão continuar em alta devido à oferta restrita em um período de alta demanda.

"Os produtores de Unaí já estão investindo no plantio da segunda safra. A área não será ampliada devido à concorrência com outros produtos, como o milho e o sorgo. Com isso, a tendência é que os preços continuem valorizados", diz Martins.

Ainda segundo o engenheiro agrônomo, a primeira safra de feijão foi favorecida pelo clima. Além das chuvas necessárias para o enchimento das vagens, a estiagem observada em março favoreceu a colheita e contribuiu para a alta qualidade dos grãos, o que é fundamental para impulsionar os preços pagos aos produtores.

Segundo dados da Emater-MG, o mercado de feijão continua firme em Minas Gerais e São Paulo. Na Bolsinha de São Paulo, devido à oferta reduzida e à procura dos atacadistas, os preços para o feijão de qualidade variaram entre R$ 210 e R$ 235 por saca de 60 quilos.

O preço vigente em Minas Gerais, de R$ 185 a R$ 210, está entre 131,25% e 162,5% superior aos valores mínimos estipulado pelo governo, que é de R$ 80 por saca de 60 quilos. O preço sugerido pelo governo já é suficiente para cobrir os custos de produção e gerar lucro para os produtores.

"Após enfrentar perdas em 2011, tanto em relação à qualidade final dos grãos quanto aos preços baixos pagos, o que incentivou a redução do plantio, os produtores voltaram a contabilizar lucro na safra atual. A produção na segunda e terceira safras não deverá apresentar aumento significativo, tendo em vista a necessidade de irrigação. Além disso, os preços competitivos do milho deverão continuar a despertar o interesse dos produtores, já que o cereal, além de valorizado, tem mercado maior que o feijão", diz Martins.

Quebra - A valorização significativa do feijão, observada em Minas e em São Paulo, também se deve à redução da safra do grão na região Sul do país. A seca prolongada, entre janeiro e março, comprometeu boa parte da produção. O impacto nos demais mercados ocorreu devido ao fato de a região ser a maior produtora do país.

De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul registraram os maiores recuos na produção, provocados pelo clima. No Paraná, que é o maior produtor de feijão do país, a queda esperada é de 36%, alcançando 344,4 milhões de toneladas, contra as 538,5 milhões de toneladas colhidas na safra anterior.

Com a estimativa de menor produção em Minas e a quebra da safra no Sul do país, os preços deverão se manter em patamares elevados ao longo de abril.

Em Minas, a produção de feijão primeira safra ficou 4,3% menor que em igual período da safra anterior. Os preços baixos pagos pelo grão ao longo de 2011 incentivaram os produtores a migrarem de cultura, principalmente para o milho, que tinha perspectivas mais positivas no mercado.

Com a queda, Minas, que é o segundo maior produtor do grão, atrás apenas do Paraná, irá colher 214,5 mil toneladas de feijão na primeira safra de 2011/12, contra as 224,2 mil toneladas obtidas no período produtivo anterior. A produtividade por hectare está 2,7% maior, girando em torno de 1,19 tonelada. A área destinada ao plantio do feijão é de 178,9 mil hectares, espaço 6,9% menor que o reservado na safra passada. Para a segunda safra, os técnicos da Conab estimam um aumento de 2,5%.


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Ponto eletrônico impacta MPEs

Portaria entra em vigor e obriga a instalação de relógio com sensor óptico.Depois de cinco a...

Veja mais
Governo federal vai investigar o mercado de leite tipo C

A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça abriu processo administrativo para ...

Veja mais
Frutas ganham mercado externo

Estratégia é participação em feiras para divulgar os produtos brasileiros.A demanda mundial ...

Veja mais
Produção local ganha espaço

Mineira Glynett prepara lançamento de novos produtos.Produtos que antes ficavam restritos ao ciclo de pessoas e p...

Veja mais
Preço de TV com tecnologia 3D caiu 41%

Em 2011 foram vendidos 554.890 aparelhos, um aumento de 811,3% em relação a 2010. Quem estava de olho nos...

Veja mais
Catarinenses preferem barra a ovo nesta Páscoa

Nesta Páscoa, os catarinenses pretendem gastar menos do que no ano passado. A expectativa de gasto médio, ...

Veja mais
Regras para ponto eletrônico começam a valer a partir de hoje

Adiada por cinco vezes ao longo de dois anos e meio, a nova regra para o uso do ponto eletrônico entrou em vigor o...

Veja mais
Justiça investiga empresas de laticínios gaúchas por suspeita de cartel no preço do leite C

O Ministério da Justiça abriu processo administrativo para investigar supostos crimes de cartel e pr&aacut...

Veja mais
Varejo já vendeu 40% dos ovos e teme a falta de produtos

Em plena manhã de segunda-feira, a aposentada Iara Araújo, 80 anos, já estava circulando pelo com&e...

Veja mais