A saca de feijão do tipo carioquinha já atinge R$ 250 no mercado brasileiro, uma alta de 115% em relação aos valores praticados há um ano.
Essa alta de preço se deve à escassez de produto, provocada não só por problemas climáticos, mas também por uma opção dos produtores pelo plantio de milho.
As lavouras têm sido afetadas por seca e doenças, reduzindo em muito a oferta da leguminosa no mercado, segundo Vlamir Brandalizze, da Consulting Brandalizze, de Curitiba (PR).
Já a troca de plantio do feijão por milho ocorre porque os preços do cereal estão com uma boa margem de rentabilidade, segundo Brandalizze.
Essa substituição do feijão pelo milho safrinha ocorreu em vários Estados, mas principalmente no Paraná, importante nas duas culturas.
A safra paulista, cujo plantio deve ser antecipado de junho para maio, poderá melhorar a oferta de feijão em setembro, mas o problema são os riscos da lavoura.
Por ser um período sujeito a frio intenso -que reduz a produtividade- e a geadas, o rendimento das lavouras é considerado de alto risco, diz Brandalizze.
As importações também são restritas. Está chegando ao mercado feijão chinês do tipo preto, mas essas compras estão sujeitas à variação do dólar, com tendência de alta. A importação deixou o feijão-preto com preços estabilizados entre R$ 95 a R$ 115 no mercado interno.
A redução na oferta de feijão ocorre em um momento de alta nas exportações de carnes suína e de frango, as que têm preços mais acessíveis aos consumidores. Essa alta poder reforçar os preços do feijão, segundo o analista.
Veículo: Folha de S.Paulo