O crescimento do mercado brasileiro para produtos que passam longe da cesta básica ocupa executivos do mundo todo, ávidos por entrar nesse lucrativo nicho. Um deles é o do azeite. Segundo pesquisa do Grupo Pão de Açúcar, a venda de azeites gourmet cresceu 33% em 2011. Há pouco tempo, restritas a poucas marcas, agora, as gôndolas oferecem dezenas de variedades. Nesse tom chegam ao País os azeites da casa portuguesa Quinta de São Vicente. A distribuição ficará sob a responsabilidade da importadora Max Brands.
Com um investimento inicial divulgado da ordem de R$ 400 mil e outros R$ 200 mil previstos ao longo do ano destinados à construção da marca, a Max Brands estima vender 25 mil garrafas (equivalentes a 10 mil litros de azeite) nos primeiros meses, segundo Alexandre Fadel, diretor geral da importadora. Lançadas em três variedades, cada garrafa do azeite Quinta de São Vicente, produzido na região do Alentejo, custa entre R$ 21 e R$ 50. "O público-alvo do produto é o da classe A e B+, com mais de 35 anos e forte interesse por produtos gourmet", analisa Fadel.
Os azeites poderão ser comprados inicialmente nos empórios Santa Luzia e Santa Maria, St Marché, Varanda, lojas de vinhos e algumas redes de supermercados. Os azeites chegarão também a restaurantes paulistanos como o Empório Central, que fica dentro do shopping Cidade Jardim.
"Nosso azeite não é produzido em larga escala, justamente para podermos manter a qualidade. Além disso, possui a certificação virgem extra, que só é conseguida depois de passar por muitas análises feitas pelos institutos do azeite", afirma o português João Filipe da Franca Maldonado Passanha, proprietário da Quinta de São Vicente, que veio ao Brasil na semana passada para demonstrar seus produtos.
O principal ponto da certificação é assegurar que o azeite não possua mais do que 0,8% de acidez. Isso ocorre porque, quanto mais elevada a acidez, maior a presença de ranço, uma indicação de deterioração. O desejável é a acidez seja baixa, um indicador de frescor do produto. "Queremos chegar tanto nos consumidores brasileiros que já procuram qualidade quanto naqueles que recentemente começaram a consumir produtos gourmet", afirma Passanha. É o fenômeno da ascensão da classe C despertando interesse.
Veículo: Diário do Comércio - SP