Indústria vai investir R$ 80 milhões para aumentar capacidade
Para conquistar novos clientes no Nordeste brasileiro e fora do país - sobretudo após a abertura do mercado americano,em janeiro passado -, a Aurora Alimentos pôs em prática um plano estratégico.
Uma das principais ações ocorre a partir deste ano. A companhia vai investir R$ 80 milhões para dobrar a capacidade de abate de suínos nas unidades de São Gabriel do Oeste (MS) e Joaçaba (SC). A primeira delas, onde a empresa também tem linhas de processamento de embutidos, direciona produtos para o mercado interno. “Escolhemos ampliá-la porque ali o custo de produção é mais baixo”, diz Mário Lanznaster, presidente da Aurora Alimentos.
A partir de 2014, a indústria espera também ampliar o leque de produtos processados ali. Tudo vai depender do ritmo de consumo no mercado interno. Joaçaba, no entanto, que está parada desde a crise global de 2008, será reativada a partir de 2013 para atender exclusivamente os clientes internacionais (ver matéria abaixo). Com as ações em curso, o objetivo é faturar R$ 4,1 bilhões neste ano.
Natal e Fortaleza
Uma das grandes apostas do momento é o mercado nordestino, cujos gastos com alimentação têm crescido a taxas astronômicas Entre 2005 e 2011, a compra de itens consumidos em domicílio cresceu na faixa dos 125% e chegou a cerca de R$ 59 bilhões, segundo dados da consultoria IPC Marketing.
Ainda com baixa penetração local se comparada às marcas da BRF e da Seara, a Aurora tem se esforçado para ganhar clientes em Natal (RN) e Fortaleza (CE), onde estreou há menos de um ano. Os dois municípios são atendidos pela filial de Recife (PE), que existe há oito anos mas até então só distribuía produtos na capital pernambucana. Com a inclusão das duas cidades na lista de visitas, as vendas da companhia cresceram 20% no Nordeste, sobre um volume antes comercializado que chegava a 2,5 mil toneladas/ mês. “Esperamos crescer 25% no ano”, diz Lanznaster.
Embora o executivo não revele detalhes da estratégia, o caminho para chegar à casa de novos consumidores não varia. “Uma saída comum é comprar mercado, ou seja reduzir margem e efetuar promoções agressivas”, diz José Vicente Ferraz, diretor da consultoria Informa Economics FNP. Foi o que fizeram os donos das marcas Sadia, Perdigão e Seara, além de investirem em marketing.
Veículo: Brasil Econômico