Falta higiene a verduras pré-lavadas vendidas em SP

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Teste feito por associação de defesa do consumidor achou bolores e pulgões



Presença de micróbios pode indicar tempo ou temperatura incorretos para o armazenamento em alguns casos


Falta higiene às verduras e vegetais prontos para consumo (cortados e higienizados) vendidos nos supermercados de São Paulo, indica análise da Proteste (associação de defesa do consumidor).

Foram testadas dez amostras de hortaliças (cinco de alface americana, três de cenoura ralada e duas de salada mista contendo cenoura e beterraba raladas), recolhidas em sete supermercados.

Entre os achados, há bolores, leveduras e coliformes totais (que podem ser indicadores de contaminação), além de pulgões, que podem facilitar a entrada de bactérias ou fungos nos vegetais.

Em todas as amostras, havia mesófilos (indicam uma temperatura inadequada de armazenamento) e psicrotróficos (longo período de armazenamento do vegetal antes do processamento).

A boa notícia é que não foram encontrados coliformes fecais (indicadores da presença da bactéria Escherichia coli) e nem Salmonella sp, bactéria que pode causar diarreias, vômitos, dores abdominais, cefaleia e prostração.

"Não há patógenos [que causam doenças], mas essas verduras contêm contaminação elevada para um produto vendido como higienizado e pronto para consumo", afirma a nutricionista Manuela Dias, que coordenou as análises da Proteste.

Além disso, eles chegam a custar três vezes mais o valor da verdura vendida sem higienização. "Nossa dica é: comprem produtos in natura e façam a higiene em casa."

Não há uma regra da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a quantidade máxima dos organismos achados no teste.

A Proteste defende, porém, que a Anvisa revise essas regras e inclua novos indicadores de qualidade, higiene e segurança, como fazem países europeus. Isso incluiria a contagem de bolores, leveduras e coliformes totais.

Por aqui também não há uma regra sobre qual fertilizante pode ser usado em plantações de folhas para saladas pré-lavadas.

Há dois anos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um alerta vetando o uso do esterco animal em vegetais vendidos pré-lavados.

Segundo o diretor de segurança alimentar da entidade, Jorgen Schlundt, usar esterco faz sentido em outras lavouras. "Mas, quando você está produzindo saladas frescas, isso é um problema."



Empresas negam problemas de higienização


As empresas responsáveis pelas saladas analisadas pela Proteste negam a existência de problemas de higiene.

O grupo Pão de Açúcar, que responde pela Qualitá, informou que seus produtos seguem parâmetros e normas estabelecidos pela Anvisa.

Por nota, o Carrefour informou que todo o processo de higienização e embalagem de suas saladas prontas segue rígidas normas de qualidade e de segurança alimentar.


Veículo: Folha de S.Paulo


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