Companhia centenária investe em imagem retrô para conquistar clientes sem perder os antigos
Velha conhecida de consumidores de todas as idades, a Granado, fabricante de produtos de higiene e beleza, viu suas vendas praticamente estagnarem há quase oito anos. “As linhas mais tradicionais até mantinham boas vendas, mas os outros produtos não deslanchavam”, afirma Sissi Freeman, diretora de marketing da Granado.
Fundada em 1870, no Rio de Janeiro, a empresa havia tentado modernizar sua imagem, com novas embalagens e logotipo. “Rejuvenescer a marca é um dos maiores desafios para empresas muito tradicionais”, diz José Roberto Martins, da consultoria Global Brands.
No caso da Granado, ao invés de conquistar novos consumidores, as mudanças afastaram os antigos clientes, que não conseguiam reconhecer o produto”. Para reformular a marca, a Granado contratou um escritório americano, que orientou a empresa a valorizar mais sua imagem tradicional. “Tínhamos nas mãos uma marca centenária, mas não transmitíamos essa imagem”, afirma Sissi.
Depois da reformulação, o antigo logotipo foi retomado e as embalagens, mesmo lembrando as utilizadas no início da empresa, ganharam cores chamativas. A reformulação começou pelo seu item mais tradicional, o polvilho antisséptico e, por conta dos bons resultados, logo foi estendida aos demais produtos. “Também compramos a Phebo, de sabonetes, outra marca muito tradicional”, diz Sissi. Na Phebo, a mesma estratégia de modernizar o produto mantendo o ar retrô foi usada.
A mudança da marca incentivou os executivos da Granado a investirem em novas áreas. A empresa abriu 12 lojas próprias, em sete estados, e planeja mais uma, em Campinas (SP), ainda este ano. “Nossas lojas lembram as perfumarias de antigamente”, afirma Sissi. Uma operação virtual também foi estruturada para quem mora longe das lojas físicas.
Veículo: Brasil Econômico