A rescisão de um acordo comercial com seu principal agente de fornecimento, a Star Export, comprometeu o resultado da Arezzo no primeiro trimestre. No período, o lucro líquido da companhia recuou 26,3%, para R$ 10,8 milhões, em relação a um ano antes.
A Star Export prestava serviços de assistência técnica para o agenciamento e fiscalização das fábricas contratadas para confecção dos produtos das marcas da Arezzo (Arezzo, Schutz, Anacapri e Alexandre Birman).
O cancelamento do contrato acarretou uma despesa extra de R$ 8 milhões para a companhia. Sem esse efeito não recorrente, informou a Arezzo, o lucro líquido teria alcançado R$ 16,1 milhões, valor 9,5% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
A fabricante e varejista de calçados afirmou que já estabeleceu contrato com outra empresa de "igual capacidade técnica", mas não divulgou o seu nome. Segundo a Arezzo, o novo acordo foi firmado em "melhores termos", na tentativa de reduzir os custos operacionais relacionados a essa prestação de serviço. "Esse gasto [da rescisão do contrato] deve ser compensado em até três anos", informou a companhia, no seu relatório de resultados.
O encerramento do acordo comercial, além do desembolso em dinheiro por parte da Arezzo, previu também a imposição à Star Export de um compromisso de não competição durante um prazo de cinco anos.
A receita líquida da Arezzo nos três primeiros meses do ano alcançou R$ 161,4 milhões, um crescimento de 16,4%. O resultado da companhia antes do financeiro e dos impostos (Ebit) caiu 33,3%, para R$ 13,2 milhões. Houve impacto negativo do avanço de mais de 36% nas despesas comerciais, que atingiram R$ 34,3 milhões no período.
Segundo informou a companhia, esse fenômeno se deveu "à abertura de lojas próprias, mudanças das estruturas de equipe comercial e às despesas variáveis que acompanham o crescimento da receita, como frete, agenciamento e comissões."
O resultado da Arezzo no primeiro trimestre ficou abaixo das expectativas dos analistas. "Apesar do crescimento relevante das receitas, a empresa sofreu com o impacto das despesas, em especial a despesa não recorrente relacionada ao encerramento de um contrato comercial", comentou a corretora Planner, em boletim divulgado ontem.
Veículo: Valor Econômico