Cafeicultores do Brasil venderam contratos futuros ontem na Bolsa de Nova York e ajudaram a derrubar os preços do café. A forte valorização do dólar em relação ao real nesta semana - a moeda americana atingiu os maiores níveis desde julho de 2009 - estimulou o produtor a vender café, buscando garantir um preço alto no mercado internacional. Isso ocorreu porque, quando o dólar sobe frente ao real, estimula a exportação, pois a matéria-prima fica mais barata para o importador, que usa dólares. Outro incentivo para as vendas foi o fato de que a colheita brasileira se aproxima e, com maior oferta disponível, a tendência é de queda dos preços. Vender mais tarde, portanto, pode ser desvantajoso. Assim, os contratos do café para entrega em julho fecharam em baixa de 3,80%, cotados a 175,80 centavos de dólar por libra-peso.
O dólar também se valorizou frente a outras moedas, além do real, e pressionou as commodities de modo geral. O suco de laranja fechou em baixa de 2,91%, o cacau cedeu 1,49% e o algodão caiu 0,34%.
Já o açúcar avançou 0,49%, com dados sobre o processamento de cana divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). A produção de açúcar da região Centro-Sul do Brasil totalizou 152 mil toneladas na primeira quinzena de abril, 29% menos do que no mesmo período ano passado. Isso sinaliza oferta menor, limitada pela seca nas lavouras. No entanto, investidores disseram que o movimento era esperado e o processamento deve ganhar velocidade conforme evoluir a colheita.
Veículo: O Estado de S. Paulo