IPI reduzido favoreceu as vendas de móveis

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A indústria moveleira teve alta de 7% na produção e o varejo apurou um incremento nas vendas de até 12%



A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis, luminárias e laminados e segmento da linha branca, em vigor desde abril, rendeu bons frutos para a indústria, comércio e consumidores. O benefício, concedido pelo governo federal para estimular o consumo, termina no próximo dia 30 - e que deve ser prorrogado hoje, com o novo pacote de estímulo à economia, a ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff - com resultados positivos em Minas Gerais.

A indústria moveleira apurou aumento de 7%, enquanto o varejo registrou incremento nas vendas entre 6,5% e 12%. No entanto, o comércio avalia que o resultado não pode ser atribuído apenas à medida. Mas, principalmente, à entrega de imóveis pelo setor da construção civil.

"Qualquer diminuição da carga tributária é importantíssima", resume o presidente da Associação de Lojistas e Representantes de Móveis de Minas Gerais (Alormov), José Oscar Pinto. Segundo ele, que representa 400 empresas do setor moveleiro no Estado, a redução do IPI significou um incremento nas vendas da ordem de 7%, com ênfase para os móveis residenciais destinados às classes B e C. O IPI de móveis passou de 5% para zero; das luminárias de 15% para 5% e dos laminados, de 15% para zero.

Em sua avaliação, esse incremento no consumo ainda vai permanecer por algum tempo, mesmo se não for prorrogado o prazo da medida. Isso porque, segundo ele, as lojas ainda poderão vender os móveis com o preço reduzido. Inclusive na feira Unilar, que começou ontem (26) no Minascentro e termina no domingo, 1º de julho. Com 150 expositores, o evento deve atrair cerca de 50 mil visitantes e consumidores.


Decoração - No Minascasa, shopping especializado no segmento de adornos e decoração, também foi registrado um aquecimento de vendas, entre março e o final de junho, da ordem de 6,5%, em relação ao mesmo período do ano passado. E a expectativa, segundo o superintendente Alexandre Emrich Botelho, é fechar o ano com um crescimento entre 9% e 12% em relação a 2011.

No entanto, embora considere a redução do IPI um bom estímulo para vendas, Botelho argumenta que esse aumento pode ser atribuído, em grande parte, ao boom imobiliário que tomou conta de Belo Horizonte nos últimos anos, especialmente no Vetor Norte, onde está localizado o mall.

"Já esperávamos um incremento entre 4% e 5% por causa do aquecimento da construção civil", sinaliza, lembrando que nós próximos dois anos vários imóveis serão entregues na região, mantendo aquecido o mercado para os 62 lojistas do Minascasa.

Em sua avaliação, a medida teve reflexo, mas com menos impacto do que foi verificado na primeira vez que o governo federal reduziu o IPI para o setor, entre novembro de 2009 e março de 2010. Ainda assim, Botelho defende a continuidade da medida, considerando que o setor moveleiro pouco usufruiu do benefício. "Nesse período, concorremos com outros produtos que também tiveram redução de IPI, como o de veículos e linha branca", analisa.

O gerente de marketing do shopping Ponteio, Luiz Sternick, compartilha da mesma opinião. "O governo foi muito feliz com a medida e deveria continuar por mais algum tempo", indica, lembrando, no entanto, que o aumento de 12% no faturamento verificado entre março e junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, deve-se, em grande parte, à liquidação promovida entre março e abril e também aos bons ventos da construção civil.

Localizado na região Sul de Belo Horizonte, o Ponteio, também dedicado ao segmento de móveis e decoração, "está se beneficiando do crescimento vertiginoso do bairro Belvedere, que fica bem perto do shopping", informou Sternick.

Em virtude dos bons resultados e expectativas, o Ponteio, com 70 lojas, inaugura no próximo mês de outubro quatro salas de cinema e um terceiro andar com mais 25 lojas, que demandaram investimentos da ordem de R$ 25 milhões.


Sindimov - Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira do Estado de Minas Gerais (Sindimov), Carlos Alberto Homem, a redução do IPI pode ter sido boa para grandes empresas, mas pouco resultado gerou para as pequenas, optantes do Simples.

Em sua avaliação, mais do que medidas pontuais, o ideal seria uma política de redução da carga tributária, que hoje varia entre 4,5% a 12% para empresas de pequeno porte do setor moveleiro.

E como grande possibilidade de fortalecimento do setor, ele destaca o Minascon 2012, um evento unificado da indústria da construção civil. O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), começa hoje e termina no dia 30, no Expominas.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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