Produtividade tem queda em Minas

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Colheita da pluma no Estado ainda está no início; previsão para esta safra é de redução de 5% na produção.


Os efeitos climáticos desfavoráveis interferiram na produtividade do algodão em Minas Gerais. Segundo dados da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), a produção será 5% inferior à registrada na safra passada, com 39,8 mil toneladas de pluma. Mesmo com a redução do volume, os preços pagos pelo produto estão próximos ao valor mínimo estipulado pelo governo.

De acordo com o diretor-executivo da Amipa, Lício Augusto Pena de Sairre, a estiagem observada entre janeiro e fevereiro e as chuvas constantes ao longo de junho, período de colheita do algodão, foram os principais causadores da redução da produtividade.

Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que na safra 2010/11 a produtividade no Estado alcançou 1,436 tonelada por hectare. A previsão para esta safra é de uma redução de 5%. A colheita do algodão no Estado está no início.

"Apesar da redução de 5% na safra de algodão, os resultados obtidos em Minas Gerais são positivos. Vale a pena lembrar que na safra passada a produção cresceu 110%. Os produtores praticamente mantiveram a área e o crescimento atraiu novas unidades processadoras", disse Sairre.

Segundo os dados da Amipa, atualmente estão instaladas 14 usinas no Estado, desse total, três começaram a operar no ano passado, das quais duas estão no Pontal do Triângulo e uma no Norte do Estado.


Proalminas - Um dos principais fatores que estimulou o plantio do algodão no Estado foi a criação do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas). O projeto oferece incentivos tanto para os cotonicultores como para a indústria têxtil e tem o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva do Estado.

Uma das vantagens do programa é o valor superior que o produtor mineiro recebe. Enquanto os preços pagos pela arroba de pluma, na média nacional, giram em torno de R$ 48, em Minas o valor recebido é de R$ 53. O custo mínimo estipulado pelo governo é de R$ 44,60 por arroba de pluma, suficiente para cobrir os gastos com a produção e gerar rentabilidade. "Os preços praticados em Minas estão garantindo a rentabilidade do setor, porém o valor ideal seria de R$ 60 por arroba de pluma", avalia Sairre.

Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e coordenador do Proalminas, João Ricardo Albanez, a média de preço pago pelo algodão produzido em Minas Gerais, e comercializado com as indústrias participantes do projeto, é quase 8% superior ao preço estimado na bolsa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

Em contrapartida, as indústrias mineiras que adquirem o algodão, em uma cota de 25% do total do insumo a ser processado ao longo do ano, recebem uma dedução fiscal de 41,66% sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para a venda do produto acabado. Ao todo 51 empresas estão cadastradas no projeto. Minas possui um dos maiores parques têxteis do país, consumindo anualmente cerca de 130 mil toneladas do produto.

Ainda segundo Albanez, 1,5% do que é desonerado das indústrias é destinado ao Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura em Minas Gerais (Algominas), a utilização do recurso é definida pelos representantes do setor.

Para este ano, os investimentos a serem feitos serão destinados à aquisição de equipamentos, controle do bicudo-do-algodoeiro, realização do estudo de georreferenciamento das regiões produtoras, treinamento e capacitação da mão de obra de técnicos e produtores, maior divulgação do algodão mineiro, além de desenvolvimento de pesquisas e de sementes de alta qualidade.

"Diante dos incentivos a produção mineira de algodão cresceu significativamente ao longo dos últimos anos. Isso foi fundamental para o desenvolvimento da economia nas regiões produtoras e para a atração de novas indústrias para o Estado", ressalta Albanez.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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