Julho começa com valorização de 100%; preço baixo de 2011 também contribuiu para redução de cultivo.
O clima frio e chuvoso observado nas regiões produtoras de tomate tem contribuído para limitar a oferta e impulsionar os preços. De acordo com os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), somente em julho, na comparação com inicio de junho, houve valorização de 100% nos preços pagos aos produtores. A tendência é que os preços se mantenham em alta ao longo dos próximos meses.
Segundo o extensionista da Emater-MG, unidade Araguari, no Triângulo Mineiro, José Ernani Pereira, os preços pagos pela caixa de 20 quilos na região, que é uma das maiores produtoras do Estado, está variando entre R$ 50 e R$ 60, dependendo da qualidade. Em junho, o mesmo volume estava cotado a R$ 25, alta de pelo menos 100%.
"O clima frio e as chuvas interferiram de forma negativa no rendimento e na qualidade da produção, uma vez que a cultura do tomate é muito sensível às variações climáticas. Não temos a estimativa da perda, mas a principal região afetada foi São Paulo, que responde por 16,3% da produção nacional", disse Pereira.
Além do clima desfavorável observado nas regiões produtoras, os preços baixos praticados ao longo de 2011 contribuíram para que houvesse redução na safra mineira. A estimativa é que a área ocupada pela cultura do tomate em 2012 fique 13% menor que a utilizada em 2011, com 6,36 mil hectares, frente aos 7,3 mil hectares destinados anteriormente.
A produção será 17% inferior, com volume estimado em 62,1 mil toneladas. A produtividade também ficou menor em 2012, o rendimento médio por hectare é de 62,1 toneladas, redução próxima a 4%. Minas Gerais é o terceiro maior produtor de tomate do país, com representatividade de 10,84%, atrás apenas de Goiás e São Paulo.
Com a quebra na produção, a demanda em Minas Gerais foi impulsionada, e os produtores estão lucrando com a atividade. Enquanto os preços pagos ao produtor estão em torno de R$ 50, os custos de produção variam entre R$ 16 e R$ 18. Além do mercado de Minas Gerais, o produto é destinado a São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
De acordo com Pereira, os custos de produção no período atual também estão superiores. "A maior umidade favorece a infestação de pragas e doenças. Com isso, os produtores precisam investir no aumento das pulverizações e no manejo para evitar o comprometimento da lavoura. Ainda não calculamos em quanto o custo foi elevado, mas com a redução da oferta, o rendimento obtido com a cultura é vantajoso, já que os preços do tomate também foram impulsionados", disse Pereira.
Araguari - O maior município produtor do Estado é Araguari. Anualmente são produzidas, em média, 35 mil toneladas de tomate. A área plantada é de 420 hectares e a produtividade gira em torno de 85 toneladas por hectare.
Em Turvolândia, cidade no Sul de Minas responsável pela segunda maior produção no Estado, a área destinada ao tomate é de 340 hectares, com produção de 22,1 mil toneladas anuais. A produtividade é de 68 toneladas por hectare. A região Central concentra a maior produção. Em 2012, deverão ser colhidas 116 mil toneladas de tomate, o que corresponde a 29,46% do volume estadual.
Veículo: Diário do Comércio - MG