Demanda mais fraca entre julho e agosto favorece queda no preço.
Com uma oferta mais regular do grão, principalmente no atacado paulista, o mercado brasileiro de feijão ficou mais calmo. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Renan Gomes, a queda abrupta dos preços no último mês foi ocasionada por uma situação atípica, em que os produtores tiveram que colher o produto ainda úmido das lavouras e isso fez com que a oferta de feijão aumentasse muito.
"Como esse período entre julho e agosto é marcado por uma demanda sazonalmente mais fraca, esse aumento na disponibilidade interna do grão proporcionou quedas mais significativas ainda", explicou Gomes. Neste momento, a colheita no Paraná está praticamente encerrada para a 2ª safra, ou seja, a escassez de mercadoria recém-colhida deverá persistir por mais algum tempo. Para o feijão preto, a tendência é também um mercado mais calmo e com menor oscilação de preços, contudo, com a boa valorização obtida no mês passado, existe espaço para ajustes de preços.
Nas principais regiões produtoras de feijão do país, o valor pago pela saca acabou apresentando uma desvalorização. No Paraná, o valor médio pago aos produtores de feijão carioca pela saca de 60 kg do produto apresentou um forte recuo na semana, passando de R$ 135,54 para R$ 121,79, isto é, aproximadamente 10% a menos que na semana passada.
Em Santa Catarina, o valor da saca também caiu para R$ 131,25, ou seja, 1,26% a menos que na semana. No Rio Grande do Sul, o valor médio pago no campo para os produtores de feijão preto está em R$ 93,20 ou 0,53% a menos que os R$ 93,70 referentes à semana passada. No Paraná, o valor do feijão preto acabou recuando na semana, passado de R$ 105,05 para uma média de R$ 102,35, assinalando uma queda de aproximadamente 2,65%.
O mercado de feijão carioca na bolsinha, em São Paulo, operou calmo durante essa semana. Apenas os preços do tipo extra e do seminovo se alteraram, com o primeiro apresentando uma pequena variação negativa, enquanto o segundo registrando uma alta de R$ 7,50 no valor da saca. Para os demais tipos, as vendas foram mais fracas, devido ao feriado no início da semana.
O montante importado voltou a se elevar no mês de junho e a partir de agora a tendência é de um movimento maior de compras externas do país para completar o abastecimento interno do grão, completou o analista. A quantidade de feijão importada durante o mês de junho foi de 22.844 toneladas, contra as 10.386 toneladas de maio, isto é, um crescimento de aproximadamente 120%.
Veículo: Diário do Comércio - MG