A Coty, empresa de cosméticos que tentou comprar a Avon, vai realizar sua planejada abertura de capital sob nova liderança, depois que Bernd Beetz, seu principal executivo por 11 anos, anunciou que vai deixar o cargo.
Beetz será substituído por Michele Scannavini (um executivo da Coty que já presidiu a companhia de artigos esportivos Fila), no momento em que a companhia se prepara para lançar suas ações em Nova York, numa operação que deverá lhe dar um valor de mercado de até US$ 700 milhões. "É uma boa mudança no momento em que embarcamos em um IPO", disse Beetz ao "Financial Times".
A Coty, que produz perfumes com marcas que levam o nome de celebridades como Beyoncé Knowles e David Beckham, encaminhou os documentos da oferta pública inicial de ações para as autoridades reguladoras dos Estados Unidos no fim de junho, enquanto tentava superar uma fracassada proposta de aquisição da Avon por US$ 10,7 bilhões.
Beetz, que continuará no conselho de administração da Coty, não quis comentar sobre o momento da realização do IPO e se a Coty vai lançar outra proposta pela Avon.
Pablo Zuanic, analista de bens de consumo da Liberum Capital, disse: "A companhia precisa dar visibilidade ao IPO, uma vez que vem tentando crescer através de aquisições... US$ 700 milhões na situação atual é pouca coisa, mas envolve a melhoria de seu perfil para que ela seja mais conhecida pela comunidade de investimentos."
Scannavini, que comandou uma das divisões da Coty na última década, será nomeado presidente-executivo em 1º de agosto. Bart Becht, presidente do conselho de administração da Coty e ex-presidente-executivo da Reckitt Benckiser, observou em um comunicado que Scannavini tem sido "o principal arquiteto por trás dos licenciamentos de marca da Coty e do crescimento de nosso negócio de perfumes".
A Joh. A Benckiser, uma holding familiar alemã, tem participação de 80,5% na Coty, enquanto que entidades associadas à firma de "private equity" Berkshire Partners detém 7,5%, assim como associadas da Rhône Group.
Desde que Beetz assumiu como CEO em 2001, as receitas anuais da Coty subiram de US$ 1,5 bilhão para US$ 4,5 bilhões, após terem sido criados perfumes e marcas de esmaltes, além de adquiridas outras, como OPI, Calvin Klein e Sally Hansen.
Veículo: Valor Econômico