Se há um setor no País que não sentiu desaceleração, este parece ser o mercado publicitário, que contabilizou, de acordo com o Ibope Média, volume de gastos com publicidade 10% maior no primeiro semestre deste ano ante o do ano passado, ao atingir R$ 43,8 bilhões. Com a Olimpíada de Londres e as próximas datas comemorativas, principalmente o Natal, o setor deverá fechar o ano com crescimento de até 15% ante o visto em 2011, já que os últimos seis meses do ano atraem mais aportes dos anunciantes.
"Um crescimento de 10% em uma economia que pisa no freio em diversos setores é um bom presságio para fechar o ano com um crescimento na casa dos 15%", afirmou Luana Mediotti, professora de Publicidade e coordenadora do núcleo de pesquisas publicitárias da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe).
De acordo com a acadêmica, este crescimento vem justamente para afastar a crise. "As empresas, principalmente as varejistas, precisam espantar do consumidor a ideia de crise, já que o Brasil puxa o crescimento mundial de boa parte delas", completou.
Entre as empresas que gastaram mais com anúncios, a Casas Bahia segue na liderança da lista, com R$ 1,6 bilhão. Depois vem a Unilever, com R$ 1,46 bilhão. A Caixa passou da 7ª para a 3ª posição, com um crescimento de 68% do volume de investimento (R$ 796 milhões). A Petrobras, que não figurava entre os 30 maiores no ano passado, ocupa a 13ª posição, e o Banco do Brasil foi da 23ª para a 21ª posição no ranking.
"A última vez em que a Unilever foi a primeira do ranking foi em 2002. Desde então a Casas Bahia ocupa a liderança em volume de investimento publicitário, e essa foi a menor diferença registrada no período", afirmou Rita Romero, diretora do Monitor Evolution, braço do Ibope, que monitora os principais veículos no Brasil.
Segundo informações da empresa, a televisão continua a ser o canal preferido dos anunciantes, sendo responsável por 55% dos gastos. Este segmento recebeu investimentos de R$ 24 bilhões, alta de 13% em relação a 2011. Em segundo lugar aparecem os jornais, com R$ 8 bilhões, ou 18% dos gastos. Em terceiro, a televisão por assinatura, com R$ 3,4 bilhões dos anunciantes, ou 8% do setor. O balanço apontou ainda que os segmentos de rádio e Internet apresentaram maior crescimento percentual: 25% e 18%.
Dentre as agências, as três primeiras posições continuam a ser ocupadas por Young & Rubicam (investimento de R$ 3 bilhões), Almap BBDO (R$ 1,5 bilhão) e Ogilvy & Mather Brasil (R$ 1,4 bilhão).
As 50 maiores agências do mercado brasileiro movimentam 62% da verba publicitária nacional. Por cidades, São Paulo ficou com 28% desses investimentos.
Novos braços
Vislumbrando uma boa expectativa de crescimento, ontem (25) a DM9DDB anunciou seu novo braço para criação de campanhas mobile. Com o nome de DM9 Mobilidade, a nova empresa entra em um mercado que deverá gerar negócios da ordem de R$ 158 bilhões até 2016.
De acordo com um estudo do Connected World, realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) a projeção é que este ano os investimentos nesse segmento registrarão a movimentação de R$ 81 bilhões, o dobro do visto em 2010. "Hoje o mundo passa por nossas mãos, a interação não exige mais um local físico. E é mirando neste panorama que estamos investindo nesta nova área", comenta Joca Guanaes, diretor de Convergência da DM9DDB que comandará o novo grupo.
E a iniciativa nasce em parceria com a Hanzo, presente na estruturação dos processos. A empresa, especializada em mobile marketing, atua como fornecedor de tecnologia e produtos mobile.
De acordo com Sérgio Valente, presidente da agência, a necessidade da mobilidade se dá em razão de as pessoas estarem sempre em movimento.
"A popularização da Internet e a evolução das tecnologias da comunicação estão aproximando as pessoas como forma de interação entre indivíduos e também com as marcas. Esta mudança do comportamento humano influencia os hábitos de consumo. Está tudo, literalmente, nas mãos das pessoas. Os dispositivos móveis desenvolvem o papel fundamental de ponte entre o virtual e o físico", diz.
Veículo: DCI