Terceira maior varejista farmacêutica do País, a rede Pague Menos planeja investir no setor industrial com fábrica própria a ser construída no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde, no Município de Eusébio, no Ceará. "Seria na área de cosméticos e polivitamínicos. Vamos encerrar o ano com 580 pontos de venda e, para nós, fazer um trabalho de marca própria pode ser bem interessante", disse ao DCI o presidente do grupo, Deusmar Queirós.
Segundo o empresário, o investimento na unidade produtiva deverá consumir entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. "Iniciamos contato com a Agência de Desenvolvimento do Ceará através do doutor Roberto Smith [presidente da Adece], e está faltando só o governo dar o sinal verde e dizer: 'pode tocar, que nós temos o terreno'", conta, afirmando que o grupo requisitou área de 40 mil m² para o empreendimento. De acordo com Queirós, o estado deve oferecer incentivos fiscais, como desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Para o professor do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas (CVcev-FGV), Maurício Morgado, a opção por investimento em uma indústria própria é acertada. "Eles vão conseguir domínio total do processo e mais margem [do que através de terceirização]", afirma. "Existem grandes grupos que são bons em diversas coisas ao mesmo tempo, é uma questão de gerenciamento", considera.
A opção da Pague Menos por fortalecer sua área de marcas próprias, que hoje conta com 500 itens das marcas Amorável, Dauf, Pague Menos e Power Vita, segue tendência do varejo. O "Estudo Anual de Marcas Próprias" de 2011, da consultoria Nielsen, mostra que a cesta de higiene e beleza foi a que apresentou maior ganho de participação da marca própria (0,5 ponto percentual) no ano passado, atingindo 4,8% de participação em valor. Creme dental, desodorantes e absorventes são atualmente as categorias com maior penetração da marca própria.
Já uma pesquisa da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza sobre o consumo de marcas próprias no País, publicada em março de 2012, mostra que 33% dos consumidores brasileiros já compraram produtos farmacêuticos e medicamentos de marca própria, enquanto 42% não o fizeram, mas têm a intenção de comprar. Isso mostra o grande potencial de crescimento deste mercado nos próximos anos.
Com 540 lojas, a Pague Menos faturou R$ 2,9 bilhões em 2011, atrás apenas da Raia Drogasil e da fusão entre Drogaria São Paulo e Pacheco. A empresa trabalha em projeto de abertura de capital.
Veículo: DCI