Os altos índices de endividamento e inadimplência não devem impedir o consumidor belo-horizontino de presentear no Dia dos Pais. Segundo pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), 60% dos entrevistados afirmaram que estão dispostos a ir às compras para comemorar a data. O índice é o mais elevado desde 2007.
O supervisor de pesquisa da Fecomércio Minas, Eduardo ngelo Gonçalves Dias, explica que o alto índice de respostas afirmativas deve ser atribuído à mudanças no comportamento da sociedade, com a ascensão da nova classe média e facilidades de acesso ao crédito, fatores responsáveis por levar a população a ampliar suas necessidades de consumo. "Com isso, mais setores têm chances de alavancar os negócios, em decorrência da celebração", acrescenta.
Dias ainda ressalta que, para conseguir presentear os pais em agosto, mais pessoas buscaram quitar débitos pendentes e aliviar o orçamento nos meses anteriores. A afirmativa dele é comprovada pela última Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC), também da Fecomércio Minas. De acordo com o estudo referente a junho, os consumidores endividados caíram de 70% em maio, para 66,4% no sexto mês deste exercício.
A pesquisa também indica que a tradição e o forte apelo emocional são fatores que impulsionam os filhos a lotar às lojas. Isso porque, não ter quem presentear foi apontado como principal motivo para não comprar, com 65% das respostas. Logo depois, aparece o endividamento, 13%. Em seguida, para 10%, está o receio, atrelado às incertezas da atual conjuntura econômica.
Calçados - No que depender dos planos do consumidor, o setor de vestuário é o que mais deve lucrar com a data, uma vez que 40% planejam comprar roupas. As lojas de calçados, com 20,5% , também devem se preparar para o aumento no fluxo de clientes, assim como as de acessórios, 13% da preferência. Já o tíquete médio deve ficar m R$ 75 para a maior parcela, 49%, enquanto 21% devem desembolsar valor que varia entre R$ 100 e R$ 150 e 17% algo em torno de R$ 30 e R$ 50.
Ao contrário de outras celebrações, nas quais o cartão de crédito parcelado é apontado como modalidade de pagamento mais utilizada, no Dia dos Pais, 51% dos consumidores devem optar por pagar à vista no dinheiro. "Como o tíquete médio da data não é muito alto, a maioria prefere pagar de uma vez o valor integral, ao invés de se embolar com as prestações em longo prazo e correr o risco de ficar mais endividado e, quem sabe, inadimplente", argumenta Dias. Mesmo assim, o cartão de crédito parcelado detém uma fatia significativa, 40%, das respostas.
Entre os fatores que mais estimulam o consumidor a ir às compras são os preços baixos e promoções, com 30% cada um. Ou seja, os estabelecimentos que optarem por conceder descontos podem sair na frente da concorrência. No entanto, os lojistas não devem deixar de investir em outras ações, como bom atendimento e ambiente agradável, para fisgar a clientela. Isso porque, o atendimento precário e lojas cheias, 44%, e preços altos, 35%, são os fatores que mais desestimulam o consumidor a recorrer ao comércio nesta época do ano.
Também ao contrário de outras datas, a maioria dos filhos, devido à comodidade e proximidade, deve recorrer às lojas de rua ou ao hipercentro da Capital para comprar os presentes. Os shoppings centers detêm 26% da preferência e aparecem logo em seguida.
A Fecomércio Minas entrevistou, entre os dias 19 e 25 de julho, 400 pessoas, que constantemente recorrem às compras em datas especiais.
Veículo: Diário do Comércio - MG