Na expectativa de novos reajustes no valor da gasolina para reduzir as perdas que a Petrobras tem tido com o fato de a companhia manter o preço do petróleo cotado num patamar abaixo do que ele é vendido no mercado internacional, os motoristas devem ficar atentos na hora de escolher o posto para abastecer: o litro do produto varia até 17,65% nas revendas da capital, segundo levantamento feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro. Numa mesma região da cidade – Leste – é possível encontrar o combustível por R$ 2,549 e R$ 2,989. Ou seja, se pesquisar antes de abastecer, o condutor pode economizar até R$ 26,40 para encher o tanque (60 litros) de um automóvel.
A região em que o litro da gasolina está mais barato é a Norte, na qual o valor médio do combustível é de R$ 2,65. Enquanto isso, nos bairros da Região Sul a gasolina custa em média R$ 2,86. No comparativo entre as últimas pesquisas feitas pelo site, o preço do combustível teve queda de 0,91% de maio para agosto. No caso do álcool, a redução foi ainda maior. O preço médio caiu de R$ 1,937 para R$ 1,829 no mesmo período. O preço menor se deve principalmente ao início da safra da cana-de-açúcar, mas ainda assim não é vantajoso escolher o etanol.
Sem competição entre os preços dos combustíveis há quase dois anos em Minas, o motorista que considerar o preço um diferencial na hora de abastecer nem mesmo precisa fazer o cálculo na capital. Em toda a cidade vale mais a pena usar a gasolina, se considerado o índice de aproveitamento no qual o combustível derivado do petróleo precisa valer até 70% do litro do etanol. Também na Região Leste, a diferença entre o preço médio dos dois produtos aponta que o etanol está valendo 80,29% da gasolina.
O aposentado Ranufo José Ferreira afirma estar sempre de olho no valor estampado na bomba, mas considera importante avaliar uma segunda característica: a qualidade. “Tem posto com gasolina mais barata, mas com qualidade nem tão boa”, afirma. Para isso, a dica é procurar um estabelecimento de confiança. Se é assim, a estudante Karina da Silva Souza chama a atenção para a necessidade de observar a bandeira de cada revenda, mas lembra que o peso de um centavo que seja pode representar economia. Na Avenida Silviano Brandão, onde ela abasteceu o carro, o litro sai por R$ 2,597, mas no Barreiro, onde trabalha, o litro é R$ 0,04 mais barato, o que já faz alguma diferença.
Enquanto o preço nas bombas cai, a Petrobras sofre com os prejuízos e aguarda medidas para tentar uma recuperação do caixa e impedir que seu ratting seja rebaixado, como tem sinalizado parte do mercado, caso não sejam tomadas medidas para evitar novas perdas da empresa, que no segundo trimestre amargou prejuízo de R$ 1,3 bilhão. A medida mais esperada pela estatal é o reajuste do preço do combustível, que atualmente está defasado em 18%, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Mas o governo federal não se acerta sobre a possibilidade de um novo aumento da gasolina. Enquanto o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirma que pode haver reajuste até o fim do ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que essa alternativa para salvar o caixa da Petrobras está descartada, pois pesa na inflação. Em junho, a estatal aumentou o preço da gasolina e do diesel, mas, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) foi zerada, o reajuste não foi repassado para o consumidor – no caso do diesel houve um segundo aumento, que significou reajuste de preços.
Veículo: O Estado de Minas