O mercado brasileiro de feijão tem se caracterizado pela calmaria dos negócios e arrefecimento dos preços nos últimos meses, devido à queda sazonal da demanda no período de férias escolares. Para o analista de Safras & Mercado, Renan Gomes, julho foi um dos meses mais calmos para o feijão em 2012 e, apesar da oscilação, o valor médio da saca de 60 kg fechou o mês estável, em R$ 147,50, na Bolsinha, em São Paulo.
Também no atacado paulista, a oferta de feijão carioca foi muito próxima da registrada no mês de junho. Sendo assim, o mercado foi bem ofertado no período e atendeu bem à demanda por feijão carioca, segundo Gomes.
No Paraná, as regiões produtoras de feijão carioca estão recebendo em média R$ 111,79. As cotações apresentaram uma leve alta de 0,49% na semana, pois a saca era negociada a R$ 111,25. No último mês, os preços do grão na região tiveram queda de 20%, visto que o produto tinha o valor de R$ 139,82 em julho.
Em Goiás, há bastante feijão sendo colhido nas lavouras da região de Cristalina. Por se tratar de feijão irrigado, a qualidade e a produtividade são boas. A área cultivada aumentou na safra atual e os produtores esperam colher em média 40 a 50 sacas por hectare. Na região de Cristalina, os negócios tem girado em torno de R$ 110 para os tipos mais comerciais, nota 8, e para o grão de melhor qualidade o valo chega a R$ 130.
No Rio Grande do Sul, a venda de feijão preto segue aquecida e os preços mantêm trajetória altista. "Desde o término da colheita da safrinha, a pressão de uma oferta menor do grão tem causado aumentos". Nesta semana, o valor médio pago pela saca de 60 kg chegou a R$ 96,80, 1,68% a mais que há sete dias. No mês, a valorização chega a 3,86% para uma saca que era negociada a R$ 93,20 em média.
Em Santa Catarina, os preços do feijão preto apresentaram pequena retração de 0,71% na semana passada, com valor de R$ 101,14, e no mês, os preços do grão recuaram 1,94%. No Paraná, o valor do feijão preto fechou a semana praticamente estável, como pequena elevação de cinco centavos por saca, a R$ 97,80. Os preços vinham altos e acabaram recuando 11,66% no mês.
Na bolsinha, em São Paulo, o mercado de feijão carioca ficou calmo. A oferta de feijão durante o mês foi espaçada e atendeu bem a demanda, com isso, os preços não apresentaram grandes oscilações e fecharam no mesmo patamar de 30 dias atrás. Foram ofertadas 17.760 toneladas e, durante os leilões, acabaram sendo comercializadas 11.790 toneladas, apontando demanda de 34% no mês, valor similar ao encontrado no mês anterior.
Tendência - Segundo Gomes, "para o mês de agosto a tendência é de que os preços fiquem mais firmes, visto que se sustentaram nos R$ 147,50/saca".
Desse modo, a saca de 60 kg de carioca extra, nota 9,5, está cotada na média de R$ 147,50, isto é, 1,67% a menos que os R$ 150 pagos na semana anterior.
No mês, os preços do produto fecharam estáveis. O especial, nota 8,5, está valendo R$ 132,50 em média. Assim, este tipo do grão ficou estável na semana e a variação mensal também é nula.
O comercial, nota 8, está cotado em média a R$ 120,00, mantendo os preços estáveis na semana. No início de julho os preços estavam em R$ 115,00, apontando uma alta mensal de 4,3%. O comercial, nota 7, está sendo negociado na média de R$ 102,50 ficando estável na semana.
No mês, os ganhos são de 2,5%, pois a saca vinha cotada em média a R$ 100. O carioca semi-novo aparece como não-cotado no atacado paulista, porém, pode-se tomar como valor de referência R$ 87,50, pois os preços dos demais tipos ficaram estáveis.
Veículo: Diário do Comércio - MG