Quem prevê o fim da televisão, devido ao sucesso da internet, pode estar enganado. Os consumidores brasileiros da classe A ainda se interessam pela telinha, mas querem que ela se transforme em um grande portal interativo, de design personalizado e moderno.
"A televisão não vai continuar passiva como é hoje. O consumidor quer mais", afirma Gabriel Aleixo, gerente de inteligência de mercado da Philips.
Realmente ele quer mais, e tudo de uma vez. O brasileiro deseja uma TV que dê acesso à internet, sirva como meio de comunicação e relacionamento, interaja com celulares e computadores, seja diversificada, divertida e ainda combine com a sua casa. É isso o que concluiu um estudo realizado pela empresa de publicidade Voltage, em parceria com a Philips.
A pesquisa foi feita na cidade de São Paulo e envolveu 10 grupos de 20 pessoas da classe A, divididas em dois segmentos: jovens solteiros, de 20 a 30 anos, e casados, com ou sem filhos, entre 30 e 40 anos. "O estudo tinha que servir de termômetro das reais necessidades dos consumidores que têm alto grau de envolvimento com tecnologia. Para obter esse resultado, restringimos a amostra", diz Aleixo. Ele explica que os desejos da classe A das cidades onde a tecnologia é mais presente acabam se espalhando pelas demais classes, das demais localidades do país.
Com uma metodologia bastante específica, a pesquisa revelou que a TV que os brasileiros desejam deve oferecer, por exemplo, novos serviços e possibilidades que façam com que o consumidor interaja mais e tenha mais poder sobre a programação.
Para começar a atingir essa demanda, o estudo mostra que a tendência é que o mercado desenvolva comandos de voz para ligar, desligar e mudar os canais, leitores de impressões digitais que permitam bloqueio de canais ou acesso rápidos a opções selecionadas previamente, além de uma gama muito maior de programação que dê total liberdade de escolha.
"A interação entre os celulares, computadores e MP3 players por meio de conexões sem fios é também um desejo do brasileiro. Ele quer que a TV tenha a capacidade de ser uma central de tecnologia", afirma Aleixo.
Outro sonho do consumidor é a possibilidade de transformar a tela em um meio para se comunicar com as pessoas, como em uma videoconferência, por exemplo. Segundo a pesquisa, isso indica que o acesso à internet via televisão será imprescindível no futuro. Telas sensíveis para deixar recados para os familiares e memórias específicas para armazenar os conteúdos compartilhados também são uma tendência das inovações desse mercado.
O design não pode ficar para trás. Segundo a pesquisa, o brasileiro quer uma TV bonita, personalizada, que combine com o ambiente e se adapte a diferentes tipos de decoração.
Veículo: Valor Econômico