O brasileiro está comprando mais produto de limpeza e prefere embalagens maiores. "Enquanto na Europa as fabricantes estão vendendo embalagens menores, o Brasil está fazendo o movimento contrário", diz Maria Eugenia Saldanha, presidente-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla).
Os produtos de limpeza registraram o maior crescimento em unidades consumidas entre os bens não-duráveis em 2011, de 4%, seguidos pelo setor de higiene e beleza, que aumentou 3% em relação a 2010, segundo pesquisa da consultoria Kantar WorldPanel.
Os produtos de limpeza foram os que apresentaram, em 2011, o maior crescimento em volume por comprador, de 2,3%, na cesta de compras do brasileiro, que tem buscado embalagens maiores.
O tíquete médio de produtos de limpeza aumentou 5,7%, para R$ 8,52, na comparação entre 2010 e 2011. "O crescimento da renda, a maior difusão de supermercados mais próximos do consumidor e a oferta de produtos mais inovadores pela indústria, com atributos como bem-estar e praticidade, contribuem para o aumento do tíquete médio", diz Maria Eugenia.
De acordo com a Nielsen, as categorias que mais cresceram em volume de vendas no ano passado foram panos de limpeza (31,5%); purificadores de ar (19,1%); produtos para limpeza de cozinha (18,8%) e concentrados, como limpadores multiusos e limpadores perfumados e limpeza pesada (8,9%). Os dados fazem parte do anuário da Abipla, que deve ser divulgado hoje.
Segundo Maria Eugenia, com o aumento da renda, o consumidor passa a comprar produtos de nicho e a optar por maior praticidade ou itens não essenciais, mas que trazem bem-estar. Enquanto a massa salarial não for abalada, o setor deve continuar crescendo acima do PIB, segunda ela. "Há um limite ao crescimento inerente às características do setor", diz. Uma mulher pode comprar dez batons, mas não é porque sua renda aumentou que ela vai comprar dez detergentes, exemplifica.
A indústria de produtos de limpeza cresceu 6,7% em 2011 e faturou R$ 14,4 bilhões. Para 2012, Maria Eugenia prevê que o setor deve crescer 2 a 3 pontos percentuais acima do PIB, como tem ocorrido nos últimos anos.
Veículo: Valor Econômico