Cresce demanda por resinas para produzir plástico

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Braskem registra aceleração nos últimos 60 dias, o que pode significar retomada da economia



A demanda doméstica por resinas termoplásticas apresentou sinais de aceleração nos últimos 60 dias, segundo informou, ontem, o vice-presidente da unidade de Poliolefinas da Braskem, Luciano Guidolin. Para Guidolin, contudo, ainda é cedo para afirmar se o movimento já reflete uma retomada da economia brasileira. “Uma parte da alta vem da sazonalidade do setor, mas ainda não sabemos se o efeito é causado apenas por essa sazonalidade. Pode ser reflexo também das medidas do governo”, disse o executivo, sugerindo que parte dessa alta pode ter origem em uma nova aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro causada por medidas do governo federal de incentivo à economia.

Para Guidolin, uma análise mais clara sobre o mercado doméstico só poderá ser feita a partir do início do quarto trimestre. Como a cadeia está com níveis baixos de estoques, uma eventual aceleração mais consistente da demanda pode obrigar as empresas a intensificar o ritmo de compras e, dessa forma, ampliar o período de compras para os últimos meses de 2012.

A aceleração da demanda doméstica por resinas no terceiro trimestre leva a Braskem a acreditar que o mercado brasileiro cresça entre 2% e 3% em 2012, com viés de alta mais próxima a 3%Esse número, explica Guidolin, considera apenas os mercados de polietileno (PE) e polipropileno (PP). “Se considerarmos também o PVC, esse número seria um pouco maior”, destacou. De igual maneira, o nível de vendas da Braskem também deve crescer acima de 3% neste ano, uma vez que a companhia tem conseguido reverter o movimento de perda de mercado para os produtos importados visto em anos passados.

Os números do primeiro semestre mostram que a maior dificuldade da cadeia tem sido a entrada de produtos importados acabados. Esse movimento levou a indústria de transformação plástica brasileira a registrar queda de 3,76% no volume produzido no primeiro semestre, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). O indicador foi pressionado pela queda de quase 10% na produção de veículos no semestre. Na outra ponta, o crescimento da demanda por plásticos pela indústria alimentícia ficou aquém do previsto. “Esperávamos um crescimento muito mais robusto”, afirmou.

A indústria alimentícia, de acordo com o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz, registrou forte incremento de importações. Além disso, ressalta Guidolin, as vendas do setor indicam uma migração do consumo, de produtos mais simples por itens de maior valor agregado. Essa tendência altera o perfil das vendas do varejo, mas tem impacto limitado sobre o volume de produtos vendidos, e explica em partes a estabilidade da demanda doméstica por resinas no primeiro semestre deste ano.

Novos investimentos

A demora do governo em definir e anunciar a resolução a respeito da renovação das concessões elétricas tem afetado a tomada de decisão das indústrias brasileiras. Uma das maiores consumidoras de energia do país e principal petroquímica das Américas, a Braskem aguarda o anúncio do governo sobre o assunto para determinar os rumos de novos investimentos na geração de energia. “Ainda não se sabe, por exemplo, se haverá redução no preço da energia ou se o efeito será no custo de transmissão”, destaca o diretor de Energia da Braskem, André Gohn. A energia corresponde a cerca de 6% dos custos totais da petroquímica.

 

Veículo: Brasil Econômico


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