A construção do centro de pesquisas e inovação da L'Oréal, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio de Janeiro, depende da conclusão das negociações entre o governo do Estado e o Exército, que atualmente é o dono do terreno de 28 mil metros quadrados, onde será erguido o empreendimento. O plano é que o Estado pague pelo espaço do Exército e venda-o para a companhia francesa. A expectativa da L'Oréal é iniciar as obras no local até março de 2013 e inaugurar o centro de pesquisas em outubro de 2014.
"O projeto desse novo centro é avaliado entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões", disse ontem o diretor de pesquisa e inovação da L'Oréal Brasil, Blaise Didillon. O executivo participou ontem de cerimônia para apresentar o projeto ao governador, Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara, zona sul do Rio. Também estiveram no evento o presidente da empresa no Brasil, Didier Tisserand, e do presidente mundial da L' Oréal, Jean-Paul Agon, que veio ao Brasil para participar do encontro.
Em dezembro de 2011, durante a assinatura do memorando de entendimentos com o Estado, Tisserand disse ao Valor que o centro ficaria pronto em 2013. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, negou que haja atraso. "Vamos correr o máximo possível para deixar a área disponível", disse Bueno. "A negociação [com o Exército] está quase fechada", completou.
O secretário explicou que o acordo está sendo feito de maneira que atenda a todos os interessados, incluindo o Exército, a L'Oréal e a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio (Codin), que será a gestora do espaço, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFJR). "Não é fácil fazer a negociação", disse Bueno.
O Brasil será o sexto país a receber um centro de pesquisa e inovação da L'Oréal. O projeto será erguido na Ilha de Bom Jesus que foi integrada à Ilha do Fundão nos anos 50.
Segundo Didillon, cerca de 200 pesquisadores irão trabalhar no centro, embora as atividades comecem com 150. A companhia tem outros centros de pesquisa na França, Estados Unidos, Japão, China e Índia. A primeira fase do projeto terá 10 mil metros quadrados de área construída, com a possibilidade de expansão caso haja demanda.
A companhia já trabalha com pesquisa no país e este ano está ampliando a equipe para 70 pesquisadores. Parte deles está na sede da empresa, no centro do Rio e parte na fábrica, no Jardim América, na zona norte. No mundo, a empresa emprega 3.600 desses profissionais.
O presidente mundial da L'Oréal, Jean-Paul Agon, disse que o mercado brasileiro para produtos para cabelo é o primeiro no mundo. Segundo ele, o país é ainda o terceiro mercado para produtos de beleza em geral. "O centro de pesquisas terá parcerias com universidades e companhias locais, o que será muito importante para o nosso negócio", completou Agon. A L'Oréal está presente em mais de 130 países e tem 68.900 colaboradores. O faturamento, em 2011, foi de € 20,3 bilhões.
Veículo: Valor Econômico