Líderes da indústria do algodão estão buscando endurecer medidas para garantir que as empresas não possam desprezar as decisões arbitrais decorrentes de disputas no mercado de US $ 70 bilhões.
A Associação Internacional do Algodão, conhecida pela sigla em inglês ICA, um grupo apoiado pelos maiores comerciantes de algodão do mundo, quer fortalecer o que é, efetivamente, uma lista negra criada para impedir que seus membros façam negócios com empresas que quebram contratos e depois ignoram decisões arbitrais. Atualmente, essas empresas são colocadas no que a indústria chama de "lista de inadimplentes".
Agora, o grupo, com sede na Inglaterra, busca maneiras de expor agentes do mercado ou empresas afiliadas que ajudam as companhias da lista de inadimplentes a continuar a negociar, uma prática proibida pela ICA.
A iniciativa surge em meio ao que a associação descreve como uma onda sem precedentes de contratos quebrados que têm abalado o mercado do algodão, na esteira de oscilações violentas de preços, e provocado grandes prejuízos aos exportadores.
Nos casos mais típicos, agricultores foram acusados de quebrar contratos de venda de algodão quando os preços subiram, enquanto fábricas têxteis que fecharam acordos para comprar algodão a preços elevados têm sido acusadas de cancelar pedidos quando o mercado caiu.
As vítimas - as tradings que agem como intermediários entre agricultores e a indústria têxtil - perdem dinheiro quando são forçadas a comprar ou vender contratos de algodão e futuros, não importa em que nível estejam os preços.
Este ano, até julho, 74 empresas foram adicionadas à lista de inadimplentes gerenciada pela ICA, superando o recorde anual anterior, de 69 firmas, em 2009.
Veículo: Valor Econômico