Quatá ganha força para crescer em lácteos no RJ

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Com a aquisição da marca Leite Glória e seus ativos e maquinários instalados em Itaperuna, no noroeste fluminense, o laticínio Quatá, com sede em Teodoro Sampaio, no oeste paulista, abriu uma porta importante para a aceleração de seu crescimento: o mercado do Rio de Janeiro, o segundo mais importante do país, atrás apenas de São Paulo.

Fundada em 1990 e focada em leite longa vida (UHT) e queijos, a Quatá, que fechou o negócio no mês passado por R$ 52 milhões, já contava com cinco fábricas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A Glória, por sua vez, nasceu no fim da década de 50, atua com longa vida, leite em pó, leite condensado e creme de leite, e pertencia à LBR - Lácteos Brasil, dona da marca Parmalat e que tem a GP Investments entre seus principais sócios.

"Já vínhamos buscando oportunidade de entrar no Estado há algum tempo", afirma Maurício Cardoso, diretor comercial da Quatá. Antes da aquisição, a empresa captava 20 milhões de litros de leite por mês e previa faturar R$ 400 milhões em 2012. Reaberta nesta semana após a recontratação de 140 funcionários, a unidade da Glória já pode processar mais de 100 mil litros de leite por dia e esse volume deverá aumentar.

De acordo com Cardoso, a previsão é que até dezembro o processamento salte para 200 mil litros por dia, o que exigirá a criação de mais 100 empregos. Em dois anos, estima, o volume processado poderá alcançar 500 mil litros diários. Conforme a Secretaria da Agricultura do Rio, a demanda por leite no Estado chega a 2,5 bilhões de litros por ano, incluindo o volume destinado à fabricação de derivados. Porém, a oferta fluminense é de 580 milhões de litros. Com os benefícios oferecidos pelo governo estadual, o objetivo é que essa oferta chegue a pelo menos 1 bilhão de litros anuais.

Além do interesse antigo no mercado do Rio de Janeiro, a Quatá contou com incentivos fiscais para sua aposta no Estado, como a liberação do pagamento de ICMS. A medida faz parte da estratégia de ampliação da produção adotada pelo Estado, que já investiu cerca de R$ 80 milhões no Programa Rio Leite, criado em 2007.

Segundo o secretário de Agricultura, Alberto Mofati, a ideia é tornar viável a instalação de mais empresas de peso do segmento. Como a Nestlé, que processa 400 mil litros de leite por dia em Três Rios, a BRF - Brasil Foods, que constrói uma fábrica em Barra do Piraí, a LBR, que comprou uma antiga unidade da Nestlé em Barra Mansa, ou o Laticínio Marília, que também está em Itaperuna.



Veículo: Valor Econômico



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