Enplanta investe R$ 800 milhões em três novos shoppings

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De olho na renda gerada pelas montadoras, dois empreendimentos serão no interior paulista: em Sorocaba e Piracicaba



Atrás da riqueza gerada pela cadeia industrial das montadoras de veículos Toyota e Hyundai, Henrique Falzoni, dono da Enplanta Engenharia, volta a empreender no setor de shopping centers, depois de quase dez anos de sociedade com o grupo português Sonae. Nos próximos dois anos, ele planeja investir perto de R$ 800 milhões em três novos shoppings. Dois estão localizados no interior do Estado de São Paulo, que já ganhou o posto de maior mercado consumidor do País, e um na capital paulista.

"Quando saí da sociedade, em novembro de 2010, achei que shoppings eram coisa do passado", diz Falzoni. O plano inicial era retomar as atividades de construção civil residencial e de prédios comerciais. "Mas percebi que poucos do setor acumulavam a minha experiência de ter empreendido 13 shoppings", diz. Aos 62 anos de idade, Falzoni decidiu voltar ao mercado sozinho, sem o respaldo de uma grande multinacional. "No casamento com a Sonae, ensinei a eles como fazer shopping no Brasil. E aprendi como gerenciar uma empresa de grande porte. Foi uma troca bastante produtiva."

O primeiro shopping dessa nova etapa será em Sorocaba. O Tangará Shopping, como foi batizado, vai ocupar um terreno de 110 mil metros quadrados no centro da cidade, que é um polo regional. Pelo terreno, Falzoni e José Calil, sócio igualitário no empreendimento, desembolsaram R$ 50 milhões. A perspectiva é que, no total, sejam aplicados R$ 300 milhões, dos quais R$ 130 milhões financiados.

Com 200 lojas, o novo shopping começa a ser erguido no fim deste ano e deve entrar em funcionamento em 2014. Falzoni conta que um terço da área bruta de vendas deve ter, nos próximos 60 dias, contratos de locação fechados com grandes âncoras do setor de shoppings.

Foco. "O foco do novo shopping é o público de maior renda, das classes A e B", diz Falzoni. Ele ressalta que falta um shopping com esse perfil na região, especialmente depois da chegada da montadora japonesa Toyota e de toda a cadeia produtiva que ela atraiu. "Vamos ocupar esse espaço." A perspectiva é que o novo empreendimento fature entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões por mês no primeiro ano.

O segundo shopping, que será na cidade de Piracicaba (SP), também estará na área de influência da renda gerada por outra montadora, a coreana Hyundai, e será voltado para as classes A e B. Neste caso, Falzoni diz que o investimento vai somar R$ 200 milhões e o empreendimento reunirá 180 lojas.

A construção do shopping será iniciada no ano que vem e o projeto ainda está sendo formatado, explica o empresário.

O terceiro shopping será na cidade de São Paulo, terá 200 lojas e será destinado à classe C. Por enquanto Falzoni mantém a localização sob sigilo, mas conta que um terreno 50 mil metros quadrados está comprado. "Neste empreendimento, queremos ter um sócio", diz.

Seletividade. Números consolidados pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) revelam o vigor do setor. Há hoje no País 441 shoppings em funcionamento, com previsão de inauguração de mais 12 empreendimentos até dezembro. Desse total, cerca de um terço das unidades está no Estado de São Paulo. Neste ano, serão abertos 30 shoppings e, no ano que vem, 45 novos empreendimentos em todo o País.

Apesar do otimismo dos empreendedores, impulsionado em boa medida pelos planos arrojados traçados pelas suas companhias de capital aberto, Falzoni pondera que notou, no último ano, maior cautela por parte das grandes cadeias de lojas na hora de fechar contratos de locação. "Está mais difícil negociar."



Veículo: O Estado de S.Paulo


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