Produtores de café de São Paulo mantêm armazéns lotados na expectativa de preços melhores com o fim da safra. A qualidade do produto, de modo geral, no entanto, deixa a desejar, conforme representantes do setor. Produtores comercializaram menos da metade de suas colheitas. E controlam o restante na esperança de aumento da cotação do grão.
O gerente de cooperativa Daniel Gozzoli aponta que a chuva no início da safra provocou queda da qualidade do café. Segundo ele, a orientação da entidade é que os produtores comercializem o produto estocado e aguardem melhora dos valores somente para o fim do ano. "Como existe recurso, financiamento e estocagem por banco e instituições financeiras em geral, o produtor ainda é relutante nesta venda, buscando níveis de R$ 400,00 para café fino, no final do ano. Momentaneamente, um mercado bastante distante para o produtor, que aí rentabilizado permanece com o café estocado", esclarece.
O galpão da cooperativa em que trabalha tem capacidade para 80 mil sacas de café. Atualmente, conta com 75 mil, conforme o profissional, mas o normal é que fiquem armazenadas, em média, 50 mil sacas durante o período de safra. "Há procura de galpões de aluguel para conseguir fazer o armazenamento desta safra, que deve ser a maior. A gente vai ter grandes problemas de estocagem", afirma.
O produtor da região de Espírito Santo do Pinhal (SP) vende o grão por cerca de R$ 360 a saca. No ano passado, chegou a R$ 500, motivando a estocagem. Além da possível escassez de armazéns, representantes do setor alertam também para a geração de um grave problema de logística.
Veículo: DCI