Estoques da indústria de longa vida despencam

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A seca prolongada esticou o período de entressafra da pecuária leiteira nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que já era para estar no fim, e as indústrias de leite longa vida (UHT) estão alertas para seus estoques de cerca de 100 milhões de litros em 1º de setembro (equivalentes a sete dias de produção, como contabilizam as indústrias) considerados os mais baixos nos últimos 12 meses. No ano passado, havia em torno de 300 milhões de litros disponíveis (corresponde a 17 dias de produção). Os cálculos são da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), que reúne 38 empresas do segmento, responsáveis pela produção de 80% do leite UHT consumido no país.

Para o presidente da ABLV, Laércio Barbosa, a menor oferta de matéria-prima nas indústrias vai refletir na recomposição dos estoques dos supermercados. "Cogitamos uma dificuldade de abastecimento no ano que vem", avalia. A preocupação dele se refere à curta temporada de safra que está por vir - quando as pastagens recuperam seu vigor e a qualidade nutricional para o rebanho - que deveria ocorrer entre outubro e novembro. Entretanto, com o clima adverso, cogita-se que este período ideal aconteça apenas em dezembro e janeiro do próximo ano.

Além do abastecimento estar em "sinal de alerta", o presidente da ABLV contabiliza que as indústrias enfrentam margens apertadas desde o ano passado. Segundo dados da Scot Consultoria, o preço médio no atacado entre janeiro e agosto deste ano é de R$ 1,73 por litro - contra os R$ 1,87 no mesmo período do ano passado - enquanto o praticado pelo varejo é de R$ 2,27 por litro. "A indústria tenta corrigir seu preço, mas ainda faltam pelo menos 5% para que isso aconteça", avalia Barbosa.

Ele reforça que esse cenário parecido ao de 2007 e 2009, tem início no campo e com os altos custos enfrentados pelo pecuarista com o valor em disparada do milho e do farelo de soja. Segundo dados do Cepea/Esalq, os elevados preços dos grãos, aumentaram em quase 40% os custos operacionais efetivos em um ano, que inclui as despesas que o produtor tem ao longo do mês, como alimentação do rebanho, sal mineral, medicamentos e salários dos funcionários. Porém, o preço médio pago aos pecuaristas em agosto (referente à produção entregue em julho) se manteve estável, em R$ 0,78 por litro. O valor é 2% inferior em relação ao ano passado.


Veículo: Valor Econômico


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