Segundo pesquisa, 57% dos lojistas esperam vendas melhores em 2012.
Os comerciantes demonstram confiança quando o assunto é a próxima data comemorativa do calendário: o Dia das Crianças. Isso é o que indica estudo divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). A pesquisa comprova que mais da metade dos lojistas entrevistados, 57,1%, esperam que as vendas neste ano sejam melhores, na comparação com 2011. O dado é o maior desde 2009, quando 63,8% esperavam obter, no período, maior lucratividade frente a 2008.
Entre os otimistas, uma parcela significativa, 47,4%, aposta em um crescimento entre 10% e 20%. Já para 31,6%, a alta deve variar de 20% a 50%, enquanto 15,8% estimam expansão de até 10%. Somente uma fatia significativamente menor, 5,3%, projeta avanço mais ambicioso, de 90% a 100%.
Conforme o supervisor de Pesquisas da Fecomércio Minas, Eduardo Angelo Dias, a grande expectativa em torno da data deve ser atribuída aos atuais padrões de consumo da população, impulsionados pela ascensão da nova classe média, facilidades de acesso ao crédito e mudanças no comportamento das crianças. "Agora, as crianças estão cada vez mais interessadas em tecnologia e informação, o que faz com que a data movimente outros setores, além dos brinquedos e vestuário infantil, tradicionalmente beneficiados pela comemoração", esclarece.
O tíquete médio do Dia das Crianças deve variar entre R$ 70 e R$ 100, para 36% dos entrevistados, valor semelhante ao que é desembolsado pelo consumidor no Dia das Mães, conhecida como a segunda data mais lucrativa do ano para o varejo. Para Dias, o montante demonstra que a data cresce em importância. Isso porque, recorda ele, há poucos anos o comprador adquiria presentes mais caros apenas no Dia das Mães e no Natal, optando pelas lembrancinhas nas demais ocasiões.
Estratégias - No entanto, os empresários que desejam elevar o tíquete médio já começam a traçar algumas estratégias. A mais citada, por 27,4%, é a realização de promoções, uma vez que preços mais baixos ainda representam um grande diferencial para o consumidor. Em seguida, 21% investem em uma maior diversificação do mix de produtos e outros 19,4% pretendem ampliar a visibilidade do estabelecimento, por meio de uma vitrine atrativa.
Embora hoje os interesses do público infantil estejam cada vez mais diversificados, na percepção de 65,7% dos empresários as lojas de brinquedos são as que mais devem ser beneficiadas pela data. Também foram mencionados os estabelecimentos especializados em roupas infantis, 31,4%, e em celulares, 2,9%.
O estudo também sinaliza que o preenchimento de vagas de trabalho temporário, para atender ao aumento da demanda que chega junto com o Natal, não deve se iniciar já no Dia das Crianças. No total, 86,1% dos lojistas confirmam que não têm a intenção de ampliar a equipe de funcionários já a partir do mês que vem.
Sobre os elevados índices de endividamento e inadimplência, Dias acredita que eles não devem interferir no bom desempenho do Dia das Crianças. O especialista frisa que alguns trabalhadores já terão recebido, até lá, a primeira parcela do 13º salário, que deve ser usada, prioritariamente, para quitar débitos pendentes.
Ele lembra que a última Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC), também da Fecomércio Minas e referente a agosto, comprova que a inadimplência da pessoa física no oitavo mês do ano ficou em 5,5%, nível mais baixo desde abril de 2011, dado que contribui para animar ainda mais o varejo.
Veículo: Diário do Comércio - MG