Mercado de lava-louças deve dobrar no País, diz Whirlpool

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Dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, a Whirlpool dobrou sua produção de lava-louças no Brasil, realizada na unidade Manaus da companhia. A empresa mira o potencial de crescimento da categoria, ainda bastante pequena no Brasil: apenas 3% dos lares nacionais possuem o produto, segundo dados da fabricante americana. Como base de comparação, fogões têm presença em 98,6% das casas brasileiras e geladeiras, em 95,8%, o que limita o avanço dessas categorias à troca de produtos.

"Acreditamos que podemos fazer com que esse mercado dobre em participação nos próximos cinco anos", considera o gerente- -geral de Manufatura da Unidade Manaus, Evandro Cavalieri. "Se conseguirmos fazer a comunicação chegar ao consumidor, e ele entender as vantagens desse produto, podemos fazer com que chegue a 10% de presença nos lares até o fim da década", afirma.

Segundo Cavalieri, a Whirlpool detém 70% do mercado brasileiro da categoria, que já chegou a ter 7% de presença nos lares brasileiros, durante a década de 1990. "Nessa época existiam produtos fabricados por concorrentes, que tinham valores baixos, mas que não caíram no gosto do consumidor. Esse grande fabricante até faliu", lembra o executivo.

A gaúcha Enxuta, que chegou a deter 90% do mercado nacional de secadoras de roupas, desbancando concorrentes multinacionais, interrompeu sua produção em dezembro de 2001, atingida pela forte queda das vendas de eletrodomésticos naquele ano, provocada pelo racionamento de energia elétrica.

Os consumidores trazem daquela época a imagem de que as lava-louças utilizam muita água, necessitam de pré-lavagem, de que a louça não fica boa e a máquina não lava panelas, conta o gerente, o que era verdade para os equipamentos daquela geração. "Hoje os produtos são muito diferentes, com qualidade muito superior, mas precisamos fazer os consumidores entenderem isso." A companhia informa ter registrado nos últimos seis meses uma redução de 30% do índice de reclamações de consumidores.

Além da melhora de qualidade, Cavalieri atribui o crescimento também aos produtos compactos, com valores mais baixos e preços mais acessíveis, devido à produção isenta de impostos na Zona Franca. De acordo com o executivo, modelos até seis serviços podem ser encontrados na faixa de R$ 900 a R$ 1 mil, enquanto os modelos de 12 serviços podem chegar a R$ 2 mil.

"Até 2009, produzíamos em nossa planta em Rio Claro, mas, dado o volume muito baixo, a lava-louça acabava saindo mais cara do que uma lavadora de roupas", relata. A empresa interrompeu a produção local da categoria naquele ano, até obter novamente um modelo de negócios viável, com a migração da produção para o polo amazonense.

Atualmente com quatro modelos, sendo dois fabricados no Brasil e os demais, ainda importados, a Whirlpool afirma ter atingido um índice de nacionalização de 80% na produção local. "Começamos com 65% a 75%, e hoje caminhamos para 85% de conteúdo nacional, um movimento natural, à medida que cresce o volume e aumentam os fornecedores locais", diz.

A sueca Electrolux já estuda a possibilidade de nacionalizar sua produção de lava-louças, hoje importadas. "Estudamos e estamos atentos a esse mercado, se tiver uma oportunidade, vamos entrar na hora certa, mas por uma questão estratégica, não posso confirmar se sim ou se não", diz a supervisora de Produto da companhia, Juliana Passos, que conta que o produto é comprado de um parceiro chinês, embora o design seja desenvolvido no Brasil.

Segundo ela, a categoria registrou crescimento de 20% nos últimos dois anos, puxado pelas compactas. "A lava-louças cresce à medida em que diminui o número de famílias com empregadas domésticas e que caem os mitos quanto à qualidade desse produto", diz a executiva. "Na nossa experiência, quem compra uma lava-louças não dispensa mais este produto."


Veículo: DCI


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