Depois dos europeus, a fabricante Alpargatas quer calçar suas sandálias Havaianas nos milhões de pés de chineses e indianos.
Desde o início do ano, a companhia brasileira lançou iniciativas para aumentar a presença da marca, que completou 50 anos em 2012, nesses países. Elas incluem aumento de distribuição, ações de marketing e relacionamento com os clientes locais nas mídias sociais.
Na China, onde atua há quatro anos com representantes, a Alpargatas pretende dobrar os atuais 200 pontos de venda nos próximos anos.
A Índia começou a ser explorada neste ano, com a contratação de um distribuidor local. Paquistão e Indonésia também foram incluídos na rota de exportação.
Atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia são os maiores consumidores de calçados no mundo, com 2 bilhões de pares comprados em 2010, segundo dados do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial).
"Os indianos já tem o hábito de usar o chinelo de dedo. O desafio será convencê-lo a usar um produto mais caro, porém durável", diz Carla Schmitzberger, diretora de Havaianas.
Segundo a executiva, o preço médio do produto no país é US$ 1,50. Um modelo da marca brasileira custa entre US$ 16 e US$ 18.
No mercado chinês, os desafios são outros. O primeiro é o clima -faz frio boa parte do ano.
Mas o principal será enfrentar as cópias de seu próprio produto, um problema que a Alpargatas tenta combater. Entre 2010 e 2011, o volume de apreensões lideradas pela empresa mais que dobrou, para 840 mil pares.
"Há muita imitação, mas os chineses também gostam de marcas, e é nisso que vamos focar", diz Carla.
Ela afirma que as lojas multimarcas que vendem as Havaianas são localizadas em shoppings ou em ruas de comércio de alto padrão.
Ainda não há previsão de abertura de lojas próprias.
PREÇO
O preço da sandália no exterior, onde é apresentada como produto premium, mais caro, faz com que esses mercados sejam ainda mais estratégicos para a empresa.
No segundo trimestre de 2012, a receita líquida com Havaianas no mercado externo aumentou 53,2%, ante 7,4% no Brasil.
A Europa é um dos principais mercados. Em 2010, a companhia iniciou a abertura de lojas próprias em cidades europeias, começando com Barcelona. Hoje são 14 unidades.
Veículo: Folha de S.Paulo