Indústria de alimentos e bebidas espera um Natal melhor neste ano

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Otimista, indústria inicia vendas de fim de ano


Enquanto o varejo ainda trabalha nas vendas para o Dia da Criança, a ser comemorado na próxima semana, o pensamento da indústria já está longe: as festas de fim de ano movimentam a produção do setor de alimentos e bebidas, que tem no último semestre seu maior volume de vendas.

Fabricantes de bebidas, Cereser e Salton se prepararm para vendas de 10% a 15% maiores. Já as indústrias de panetone Cepam e Arcor trabalham com metas de crescimento de 12% a 20%. A central de cooperativas de carnes Aurora estima avanço de 10% sobre 2011, mesmo num mercado pressionado pelo aumento de custo dos insumos de produção.

Líder de mercado em sidras, a Cereser contratou 70 trabalhadores temporários, nas áreas de produção e logística, para dar conta da demanda do último quadrimestre. Dona das marcas Cereser e Chuva de Prata, a companhia projeta um crescimento médio de 11% em volume, sobre a produção do fim do ano de 2011. Este ano, a empresa deve fabricar 17,5 milhões de litros de bebidas, entre as duas marcas.

O aumento está acima da média dos últimos anos, em que a empresa registrou avanços entre 5% a 6%, segundo o diretor comercial da companhia, José Fontelles. "O crescimento será maior pois vamos trabalhar fortemente a marca Chuva de Prata este ano", conta o executivo. "Assim, a marca Cereser deve registrar avanço de 7%, enquanto a Chuva de Prata crescerá 14%", diz.

Bebida de maçã e uva, a Chuva de Prata almeja um público acima da Cereser, afirma Fontelles. O filtrado representa 30% do volume da companhia e esse ano foi reforçado com o lançamento da Chuva de Prata Glitz, produto que ganhará campanha televisiva nacional. Já a marca Cereser será reforçada com o lançamento de bebidas licenciadas de cinco times de futebol brasileiros e da nova Cereser sabor maçã-verde.

Tendo iniciado a venda de produtos para o fim de ano em agosto, a empresa registrou, já naquele mês, avanço de 20% no número de pedidos. Os preços foram ajustados em 5% a 6% em 2012. Segundo Fontelles, o primeiro semestre foi muito duro para o mercado de bebidas. "No segundo semestre, temos percebido uma disposição maior do varejo em retomar negócios, com isso esperamos fechar 2012 com um crescimento total de 6% a 7%", prevê.

A Salton, maior fabricante nacional de espumantes, deve contratar apenas em São Paulo cerca de 100 trabalhadores temporários, entre promotores, degustadores e funcionários de logística. A produção de espumantes e frisantes da empresa deve crescer de 18% a 20% em 2012, afirma a diretora executiva Luciana Salton. As duas categorias representam 38% do faturamento da companhia, que em 2011 foi de R$ 255 milhões, com expectativa de chegar R$ 290 milhões este ano. Já os vinhos finos e demais produtos, devem avançar de 10% a 12%.

"O período de final de ano traz cerca de 50% do faturamento anual da empresa", conta Luciana. Segundo ela, a empresa está ainda em período de negociações e deve começar a realizar entregas em outubro. "A exposição maior do espumante deve acontecer em novembro." A vinícola apostará principalmente em ações no ponto de venda para divulgar seus produtos e espera crescer para além do Rio Grande do Sul e de São Paulo, rumo ao nordeste e ao Rio de Janeiro. Os espumantes este ano foram reajustados em 2% a 3%. "Trabalhamos para fazer o menor reajuste possível, pois chegam muitos produtos importados de baixa qualidade mais baratos que os nossos. O consumidor tende a achar que só porque é importado é melhor, então temos que ter sempre preços bons", diz.

Panetones

A Cepam, fabricante dos panetones Village, contratou 400 temporários em 2012, entre Páscoa e Natal. A produção sazonal deve crescer fisicamente cerca de 12%, afirma o gerente comercial da empresa, Reinaldo Bertagnon. "Temos capacidade para crescer até 16%, se houver necessidade até o fim da campanha", diz ele. A panificadora já entrega pedidos desde agosto, antecipando-se em um mês, em relação a 2011. "Este ano, como o Natal cai numa terça-feira, teremos muitos dias de feriado a mais, o que deve ajudar o crescimento das vendas. A expectativa é muito boa", afirma.

Como lançamento, a empresa traz panetones licenciados da Galinha Pintadinha e deve reforçar a linha Patati Patatá. O trufado e o light também devem receber atenção da companhia. A Cepam tirou de seu portfólio o panetone de doce de leite e o de 1 kg, aumentando o de 750 g para 908 g, visando à exportação. Os produtos foram reajustados em 5,8%.

A Arcor contratou 200 trabalhadores, entre funcionários de fábrica e promotores, para a temporada de panetones. "Em 2011, o volume de vendas cresceu em 10% e, para 2012, estamos projetando 20%", informa a companhia, através de sua assessoria de imprensa. O volume de produção deve ser de 2 mil toneladas e as vendas tiveram início na segunda quinzena de setembro.

A empresa traz como lançamentos seis novas licenças de clubes de futebol para a marca Triunfo e o Panettone Gotas de Chocolate Arcor. Serão investidos mais de R$ 2 milhões em ações de marketing e promoções no ponto de venda. O reajuste de preços este ano ficou em 8%.

Carnes

A Aurora Alimentos espera um avanço de 10% em suas vendas de fim de ano em 2012, ante alta de 8% em 2011. "O fator que justifica essa expectativa é o aumento do poder de compra do consumidor e o estímulo do governo brasileiro ao consumo", diz o gerente de Marketing Ricardo de Oliveira.

A empresa vê um crescimento em particular nos produtos já temperados e com facilidades para assar. Os lançamentos para 2012 são o Blesser Aurora Preparo Fácil, Lombo Aurora Preparo Fácil e Pernil Aurora Sem Osso Preparo Fácil, os produtos não precisam ser descongelados: vão do freezer direto para o forno. As vendas devem começar em outubro, com preços reajustados, devido à pressão dos insumos, mas a Aurora não revela o percentual de correção.



Veículo: DCI


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