Crescimento da produção é embalada pelo Natal e Dia das Crianças em SC
A retomada da demanda e do consumo no último trimestre do ano, principalmente em datas como o Dia das Crianças e o Natal, farão com que alguns setores da indústria encerrem 2012 com estoques reduzidos. A perspectiva para Santa Catarina é que a produção industrial, negativa até setembro, em relação ao mesmo período do ano passado, siga a curva de recuperação registrada a partir de julho.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, o setor fechou o primeiro semestre com um nível de estoque de produtos acima do desejado no Estado. Mas nos últimos três meses essa tendência começou a mudar.
– Ainda estamos com os estoques um pouco elevados, mas registramos o movimento de redução deles a partir de julho. Os setores que estão recebendo uma atenção especial do governo federal, com redução ou suspensão de tributos, têm um aquecimento um pouco maior – comentou.
Entre os segmentos mais favorecidos, segundo a Fiesc, estariam o automobilístico, de móveis e de alimentos. Mesmo com a recuperação prevista para o último trimestre, o presidente da federação acha difícil a produção industrial do Estado fechar com saldo positivo este ano.
Por outro lado, nas vendas, a previsão da Fiesc é que o desempenho deste ano seja até 8% melhor que o de 2011. A diferença entre a queda na produção e o desempenho das vendas se explicaria pelas importações.
– O componente dos importados é um fator forte, e SC está acima da média brasileira – complementou Côrte.
Vestuário, linha branca e calçados vão se recuperar até fim do ano
Pela análise do presidente da Fiesc, os segmentos com produção em SC que devem apresentar uma recuperação maior, neste último trimestre, serão os de vestuário, calçados e a linha branca (fogões e geladeiras, em especial). As compras do comércio estão um pouco tardias. Em outros anos, a indústria já começaria o segundo semestre com mais vendas garantidas. Agora, a expectativa é que isto ocorra este mês.
– O fluxo está mais lento. O que pode ter influenciado é o problema de mais famílias endividadas e o crescimento da expectativa do mercado para uma elevação do desemprego. Isso faz o giro do comércio ser mais lento – destaca Côrte.
Na avaliação de lideranças setoriais do país, os estoques formados no primeiro semestre irão suprir picos de demanda até o início de 2013. Com demanda constante, sustentada pela redução no IPI, as indústrias de linha branca e de veículos já mantêm estoques ajustados à procura.
Os setores têxtil e de brinquedos, os mais sensíveis à concorrência de importados, preveem um aumento de até 20% nas vendas até dezembro, o que ajudará a consumir os estoques excedentes.
Veículo: Jornal de Santa Catarina