O preço da gasolina nas bombas subiu em média R$ 0,07 da 1ª para a 2ª semana do mês na Capital
O preço da gasolina para o consumidor final em Belo Horizonte apresentou alta de 3% na semana passada em relação ao período imediatamente anterior. O aumento médio do litro do combustível nas bombas da Capital foi de R$ 0,07. Em alguns postos, o valor passou de R$ 2,599 para R$ 2,677 entre a primeira e a segunda semana de outubro.
Em um posto de combustível localizado na avenida Barão Homem de Melo, na região Oeste da cidade, por exemplo, o litro da gasolina aumentou R$ 0,06 de uma semana para outra. Segundo um representante do estabelecimento, que preferiu não se identificar, o aumento ocorreu em virtude de um repasse de preços por parte da distribuidora, que teria elevado o valor do combustível em função de falta de abastecimento da Petrobras.
De acordo com informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), a falta de combustível nos postos da capital mineira realmente vem sendo observada nas últimas semanas. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, o problema, que inicialmente estava sendo registrado apenas nos postos de bandeira BR, nos últimos dias também foi identificado em outras redes.
Ainda conforme o Minaspetro, o problema de abastecimento parece ter surgido na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em função de uma adequação no sistema de produção. Assim, o volume de gasolina que está chegando aos postos de combustíveis de Belo Horizonte e região não está sendo suficiente para suprir a demanda e, por isso, os empresários do setor elevaram os preços.
Em nota, a Petrobras informou que o fornecimento de gasolina pela Regap, no mês de outubro, está de acordo com os pedidos das distribuidoras, com entregas normalizadas em Betim. Porém, segundo o documento, a Petrobras disponibilizou os polos de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e de São Francisco do Conde, na Bahia, para entregas adicionais, em caso de necessidade.
A estatal informou ainda que a produção de gasolina na Regap está dentro do previsto, atendendo às cotas contratuais estabelecidas com as diversas distribuidoras e que a cadeia logística de suprimento de gasolina à região de Minas Gerais não depende apenas da infraestrutura da Petrobras, mas também da logística dos demais agentes, em especial das companhias distribuidoras.
Investimentos - Mesmo com o constante aumento do consumo de combustíveis em Minas Gerais, os planos para a expansão da Regap, única refinaria do Estado, continuam sem previsão para sair do papel e a unidade continua incapaz de atender à demanda estadual. Inclusive, recentemente, a Prefeitura Municipal de Betim encaminhou estudo à direção da Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia, mostrando que a Regap ocupa apenas o 8º lugar na capacidade de refino entre as refinarias da estatal.
O diagnóstico elaborado pelo Executivo da cidade mostra que, enquanto a capacidade de produção da Petrobras cresceu 13,82% de 1999 a 2008, passando de 1,953 mil para 2,223 mil barris diários, a capacidade na Regap está estagnada em 151 mil barris por dia. O estudo também mostra que a necessidade de reforma e ampliação da refinaria é decorrente do aumento da demanda no Estado, que passou de 10,1 milhões de metros cúbicos para 12 milhões de metros cúbicos entre 2000 e 2009.
Veículo: Diário do Comércio - MG