Conhecida como polo de tricô, Jacutinga, no Sul de Minas Gerais, está diversificando o mix para enfrentar a sazonalidade. Das 1,1 mil malharias instaladas na cidade, cerca de 400 estão trabalhando com tecido plano (tecidos mais leves) e vão lançar coleções de primavera/verão. Essa tendência está tomando conta das empresas locais há cerca de três anos. Para 2012, a expectativa é de que as vendas da nova coleção cresçam entre 10% e 20% com relação ao mesmo período do ano passado.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Jacutinga (Acija), Dennys Bandeira, explica que a confecção de peças em tecidos leves é bastante diferente da fabricação em tricô. "Por isso, nós da associação realizamos diversos workshops para ensinar as malharias a trabalhar com esse material. Além da diferença no modo de confecção, o maquinário também é outro e as empresas precisam investir para diversificar o mix de produtos", diz.
Bandeira diz ainda que algumas empresas da cidades já atuam nesse ramo há mais de dez anos, mas que o movimento começou a se espalhar pelas malharias locais há cerca de três anos. Hoje, das 1,1 mil empresas do ramo instaladas em Jacutinga, cerca de 400 já produzem coleção de primavera/verão com tecido plano. Esse número representa 36,6% do total de indústrias. A tendência é que a cada ano mais empresas passem a aderir a esse movimento.
esperado crescimento nas vendas de primavera/verão deste ano entre 10% e 20% com relação à mesma coleção do exercício passado. Bandeira explica que as empresas, em parceria com a Acija, estão trabalhando na divulgação de Jacutinga como um polo de moda e não somente de tricô e que, com isso, cada vez mais pessoas estão conhecendo as novas coleções da indústria local. "Temos uma divulgação maciça num raio de 150 quilômetros do município para que as pessoas venham fazer suas compras direto na fábrica", diz.
Desempenho - O desempenho das malharias de Jacutinga no inverno deste ano ficou abaixou do esperado. Especializadas em tricô, as empresas têm essa estação como a melhor para as vendas, mas este ano a concorrência com os produtos asiáticos afetou os negócios. Em número de peças vendidas, o mercado da cidade ficou estagnado com relação a 2011, mas devido à concorrência foi preciso baixar os preços e antecipar as liquidações. "Com isso, o faturamento no período ficou entre 5% e 10% abaixo do mesmo período do ano passado", informa Bandeira.
As 1,1 mil malharias de Jacutinga geram cerca de 12 mil empregos diretos. De acordo com Bandeira, as empresas buscam mão de obra também em cidades vizinhas tanto de Minas Gerais quanto de São Paulo. "Como a remuneração para costureiras em Jacutinga é melhor muitas pessoas preferem trabalhar aqui e ir e voltar todos os dias para suas cidades", afirma. O município tem 23 mil habitantes.
Veículo: Diário do Comércio - MG