Vendas do comércio cresceram 0,5% em agosto em Minas

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As vendas do comércio varejista em Minas Gerais registraram alta de 0,5% em agosto na comparação com o mês anterior, acima da média nacional, de 0,2%. A elevação, a terceira consecutiva neste tipo de confronto, foi divulgada na quinta-feira pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora a variação observada em agosto seja positiva, ela é menor frente aos dois meses anteriores. Em julho e junho, os aumentos foram de 0,8% e 3,3%, respectivamente. O crescimento menos acelerado, no entanto, não sinaliza que resultados negativos devam ser observados nas próximas pesquisas, segundo o professor de Economia da Fumec Fernando Nogueira. Isso porque, além do recebimento do 13º salário e da proximidade do Natal, a baixa taxa de desemprego e a redução dos juros também ajudam a atrair o consumidor para as lojas.

Na comparação de agosto, com idêntico período do ano passado, o crescimento do comércio mineiro é de 10,1%, mesmo resultado da média do país. A principal contribuição positiva veio do setor de móveis e eletrodomésticos, expansão de 30,8% em Minas. O segmento é beneficiado pelo corte na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incentivo fiscal que, em agosto, foi prorrogado até o fim do ano. Outros avanços expressivos vieram dos combustíveis e lubrificantes (11,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (11%).

No sentido oposto, dois grupos concluíram o período com variação negativa no Estado: livros, jornais, revistas e papelaria (-3%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-2,4%), sendo que o último está na contramão da média do país, que concluiu o mês com crescimento significativo de 11,9%.

Os resultados acumulados no ano até agora não são muito diferentes. O crescimento foi de 8,5%, motivado, mais uma, vez pela alta de 26,9% do setor de móveis e eletrodomésticos. Em seguida, aparecem os outros artigos de uso pessoal e doméstico (14%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,5%). Nenhum segmento registrou decréscimo na base de comparação.

O resultado acumulado em 12 meses no Estado, com expansão de 8,6%, chama a atenção do analista do IBGE-MG, Antônio Braz, sobretudo quando se considera que o Produto Interno Bruto (PIB) do país corre o risco de crescer menos que 2% em 2012. " possível afirmar que o consumo das famílias impulsiona o crescimento da economia, compensando outros componentes do PIB que registraram resultados pífios no ano", argumenta o especialista.

Ele acrescenta que o bom desempenho do comércio neste exercício é uma reação natural às medidas de incentivo adotadas pelo governo federal. Para Braz, os elevados índices de endividamento e inadimplência já não ameaçam mais os resultados do setor, pois há uma tendência que o consumidor com débitos em atraso quite suas pendências assim que começar a receber o 13º e outras bonificações salariais típicas de fim de ano.


Ampliado - O comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos e materiais de construção, também registrou crescimento. Em agosto, na comparação com idêntico mês de 2011, a expansão em Minas foi de 10,3%. O dado, por sua vez, está bem abaixo do nacional, avanço de 15,7%, impulsionado pela venda de veículos. Enquanto no país o segmento cresceu 26,3%, em Minas o aumento corresponde a menos da metade, 10%. Já os materiais de construção registraram aumento de 8,5%.

Fernando Nogueira acredita que o IPI reduzido para automóveis tenha surtido mais efeito em outros estados, pelo fato de a economia mineira estar mais sujeita a oscilações, em tempos de incertezas na conjuntura econômica internacional. " possível estabelecer uma relação de causalidade, uma vez que a economia de Minas depende muito das exportações, sobretudo de commodities, como o minério de ferro. Então, pode ser que o trabalhador não tenha recebido um bônus ou o reajuste esperado, o que fez com que ele optasse por adiar a compra de bens duráveis e de maior valor agregado", avalia.

A diferença também é grande quando se observa o acumulado do ano. Em Minas, o comércio varejista ampliado teve alta de 6,1%, impulsionada, mais uma vez, pela venda de materiais de construção, aumento de 5,8%, contra um crescimento de apenas 1,9% dos veículos. No país, a venda de carros teve expansão de 7,9% no período. No acumulado de 12 meses, a evolução é de 5,8%, sendo que 6% correspondem aos materiais de construção e somente 0,7% dos veículos.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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