Novo recorde na exportação de algodão

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As exportações brasileiras de algodão do Brasil deverão bater um novo recorde nesta safra, que vai até abril do ano que vem, prevê a Safras & Mercado. A estimativa da consultoria é que os embarques alcancem 975 mil toneladas, 3,8% acima das 940 mil do ciclo passado. É a segunda safra consecutiva em que a exportação da pluma supera o consumo no mercado doméstico brasileiro, previsto nesta temporada em 900 mil toneladas.

O Brasil é atualmente o terceiro maior exportador de algodão do mundo, atrás dos Estados Unidos e da Austrália. Entre maio e setembro deste ano, o país já embarcou 406 mil toneladas da pluma, ante as 290 mil toneladas registradas em igual intervalo de 2011, segundo levantamento da Safras com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC).

O que aconteceu neste ano é que o Brasil vendeu antecipadamente um volume elevado da commodity. Assim, o mercado consumidor para o país foi garantido antes desse período de baixa demanda mundial", diz Élcio Bento, analista da consultoria.

Por outro lado, a indústria nacional, após passar por uma série crise no ano passado - em parte, por ter feito compras antecipadas de um grande volume de algodão a cotações elevadas - botou o pé no freio e não firmou contratos antecipados e passou a comprar a pluma comedidamente, na expectativa de queda dos preços internos com a entrada da colheita, em julho.

No entanto, o início da colheita atrasou e os volumes disponíveis passaram a ser direcionados para atender aos contratos já firmados de exportação. Com isso, do começo de agosto até meados de setembro os preços internos do algodão chegaram a se descolar das reprimidas cotações internacionais, puxados por uma menor disponibilidade interna do produto. "A indústria nacional não estava muito abastecida e, com a colheita atrasada, a prioridade do mercado foi exportar o que já estava previamente acordado", explica.

Em agosto, o indicador Cepea/Esalq para a pluma, que vinha de cotações em torno de R$ 1,55 a libra-peso, começou a subir e atingiu R$ 1,68 a libra-peso em 11 de setembro. "As indústrias entraram comprando, recompuseram parte do estoque e agora voltaram a pôr o pé no freio", pondera Bento. Por isso, agora, os preços no mercado interno voltaram a diminuir.

Na quinta-feira, o indicador Cepea/Esalq para a pluma recuou 0,05%, para R$ 1,5413, a libra-peso. No mês de outubro, o saldo é uma desvalorização de 2,38%.



Veículo: Valor Econômico




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