Uma marca de queijo minas frescal pode ter 14,4 vezes a quantidade de sódio do seu concorrente. Disparidades como essa também existem entre marcas de queijo parmesão e de ricota fresca.
É o que indica um monitoramento feito pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com 26 produtos à venda entre 2010 e 2011.
O estudo aponta índices altos de sódio nos alimentos processados, que podem elevar a dieta do brasileiro a acima do máximo recomendado de 5 g de sal por dia. Estima-se que o consumo médio no país seja de 12 g por dia de sal.
Ontem, a agência chegou a informar que 200 ml de bebidas lácteas, como achocolatados prontos, tinham 93% do sódio que uma pessoa deve ingerir no dia.
Questionada pela Folha sobre a discrepância com rótulos disponíveis no mercado, a agência confirmou o dado e disse que, possivelmente, os rótulos estavam errados. No fim do dia, a Anvisa disse que havia errado e divulgado um número equivalente a dez vezes o real.
Assim, um copo da bebida à base de leite com sabor artificial tem 10% do máximo de sódio recomendado.
Os derivados do leite, assim como os embutidos, são os próximos produtos que devem entrar nos acordos do governo com a indústria para a redução voluntária do sódio.
A indústria se comprometeu a reduzir, a partir deste ano e nos próximos, percentuais de sódio em pães, bolos, maionese, macarrão instantâneo, entre outros.
O monitoramento divulgado mostra que, já em 2010 e 2011, a média de sódio em salgadinhos de milho e batata palha estava abaixo da meta fixada para o fim de 2012.
A Anvisa pretende avaliar em 2013 o cumprimento das metas. Para a agência, a disparidade entre as marcas (não reveladas no estudo) indica que a indústria tem tecnologia para produzir um alimento mais saudável.
Veículo: Folha de S.Paulo