Por meio de financiamento de R$ 167,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Guararapes pretende inaugurar de 200 a 300 lojas Riachuelo Mulher em cinco anos. O presidente da companhia, Flávio Rocha, observa que o novo modelo atende ao grupo quando há limitação de áreas, principalmente em cidades menores.
A Riachuelo Mulher demanda no máximo mil metros quadrados, enquanto as lojas tradicionais têm mais de 2 mil m². "As restrições de espaço ocorrem nos grandes centros também, não apenas nas cidades menores", ressaltou Rocha.
A primeira loja exclusiva para o público feminino foi aberta no começo deste mês, em São Paulo, com 626 m² de área de vendas. O espaço aumenta a posição da companhia na Região Sudeste para 70 unidades. Ao todo, a rede conta com 154 lojas.
O executivo destacou que a maior parcela da população está na classe C, o que vem contribuindo para a expansão dos negócios. "Além disso, a renda das mulheres é determinante para o sustento de 42% das famílias nessa classe social, enquanto na A/B chega a 25% no máximo", afirmou, ressaltando o potencial de expansão da classe C. "Estamos navegando em águas favoráveis com 50 milhões de entrantes no mercado de consumo."
Logística
O executivo também revelou que está em transição o sistema de logística da companhia para reduzir o volume de resíduos (itens não vendidos). Segundo ele, atualmente 10% dos produtos em loja são vendidos com desconto para evitar o encalhe. "O novo modelo deve reduzir os resíduos em função do menor tempo e melhor escolha de estoque por loja, conforme a saída do produto. Cada unidade vai receber um mix diferenciado para reposição."
Para o presidente da empresa, a base principal do crescimento atual é a descoberta da moda. "A mulher brasileira teve esse aumento significativo de renda e, quando você olha para onde é que foi essa renda, setores como alimentação e moradia estão dentro da média. Agora, quando você olha para o que nós chamamos de despesas relacionadas ao espelho, que é moda e beleza, o crescimento foi de cerca de 218%, até cinco vezes mais que os demais."
Rocha acrescenta que, para a empresa, o Brasil observa uma etapa da prosperidade econômica na qual o vestuário ganhou um novo sentido. "A roupa deixou de ser uma forma de cobrir o corpo para ser uma forma de expressão. Há pouco tempo, moda era uma coisa da elite do consumo, muito excludente e elitista", comenta. Ele diz que a Riachuelo aposta no consumidor emergente, que está descobrindo o processo da moda e não busca só preço baixo, pois está disposto a gastar um pouco mais para ter um produto diferenciado e de qualidade. "A pessoa deixa de ser consumidora de roupa para ser de moda."
Veículo: DCI