Levantamento analisou cerca de 500 amostras de 26 categorias de alimentos, coletadas em 15 estados em 2010 e 2011
O queijo parmesão, o macarrão instantâneo e a mortadela são os produtos com as maiores médias de quantidade de sódio, segundo pesquisa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O estudo revela ainda que o biscoito de polvilho possui, em média, 1.092 miligramas (mg) para cada 100g do produto, mais da metade de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2.000 mg de sódio por dia. O levantamento analisou a quantidade de sódio em quase 500 amostras de 26 categorias de alimentos, coletadas em 15 estados em 2010 e 2011.
A quantidade de sódio encontrada no hambúrguer bovino chamou atenção dos pesquisadores. A média foi de 701mg de sódio por 100g do produto. Segundo a pesquisa, um hambúrguer, que possui em média 80g, é responsável por mais de um quarto do total de sódio que uma pessoa deveria consumir diariamente.
No caso do queijo parmesão, a Anvisa destaca que o produto deve ser consumido moderadamente. Uma amostra apresentou o maior valor absoluto de sódio, entre todas as 500 da pesquisa: atingiu a marca de 3.052mg. A média de sódio no parmesão (1402mg) foi ainda maior no produto ralado (1981mg), valores superiores aos demais tipos de queijo analisados.
Listado como o segundo produto com a maior média de sódio, o macarrão instantâneo parece com 1.798mg para cada 100g. Um acordo entre o Ministério da Saúde e as indústrias de alimentos prevê o valor máximo de 1.920,7mg. No entanto, a Anvisa constatou em uma amostra um valor superior de 2.160mg para cada 100g, já contabilizada a quantidade de sódio presente no tempero que acompanha o produto.
O perigo do pão de queijo pronto
Em relação à variação do teor de sódio entre diversas marcas de um mesmo alimento, lideram a lista os queijos: minas frescal, parmesão e a ricota fresca. A quantidade de sódio encontrada no queijo minas pode variar 14,4 vezes dependendo da marca. Já a do queijo parmesão chega a 13,7 e da ricota fresca, a 10,5 vezes. Outro produto que apresenta grande diferença é o pão de queijo pronto. Neste caso, a variação na quantidade de sódio é de quase oito vezes entre uma marca e outra.
— É preciso que os consumidores comparem a tabela nutricional dos alimentos de diferentes marcas para que possam optar por alimentos mais saudáveis, com menos sódio — orienta o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares, destacando que isso demonstra que existem recursos tecnológicos para reduzir o sódio nos produtos.
Além de observar o rótulo dos alimentos industrializados, a Anvisa orienta que o consumidor experimente os alimentos antes de adicionar mais sal. Outra dica é realizar a diminuição gradativa do sal nos alimentos.
O consumo excessivo do sódio é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como doenças do coração, obesidade, câncer, diabetes, entre outras.
O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) firmaram três acordos com metas nacionais para a redução de sódio em alimentos processados no Brasil. A previsão é de que até 2020 estejam fora das prateleiras 20 mil toneladas de sódio.
Segundo a OMS, em 2001, 60% das 56,5 milhões de mortes no mundo foram resultado de doenças crônicas não transmissíveis. O aumento da pressão arterial é considerado o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidade por doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e insuficiência renal.
Veículo: O Globo - RJ