O agravamento da crise financeira deve fazer com que as empresas do setor de embalagens de papel apresentem em 2008 crescimento pelo menos 50% menor do que o previsto anteriormente. Antes de setembro, a estimativa do segmento de celulose de fibra curta era de expansão de 16% neste ano frente ao exercício anterior, mas agora é esperado um incremento de apenas 8%.
Já as empresas de fibra longa que tinham a projeção era de expansão de 4% no mesmo período de comparação deve chegar a apenas 0,5%.
A estimativa é do Sindicato da Indústria de Celulose, Papel e Papelão no Estado de Minas Gerais (Sinpapel-MG). De acordo com o presidente da entidade, Antônio Eduardo Baggio, a revisão para baixo do crescimento está ligada ao desaquecimento da produção brasileira. "Quando as empresas passam a fabricar menos, a demanda por embalagens também é reduzida", disse.
No entanto, a expectativa é que a partir do início do próximo ano o setor consiga se recuperar e apresente crescimento mais expressivo em função da valorização do dólar frente ao real. Segundo o presidente da entidade, quando o dólar estava desvalorizado frente ao real a entrada de produtos importados no Brasil era expressiva, o que acabava prejudicando toda a cadeia produtiva, inclusive o setor de embalagens.
Aposta - A tendência é que com o câmbio nos atuais patamares a indústria do Brasil seja fortalecida, impulsionando também a atividade das fábricas de papel e papelão. Para Baggio, a partir de fevereiro ou março será possível verificar como será a reação da economia brasileira frente a atual conjuntura econômica. Para o representante do Sinpapel, para que o setor se restabeleça seria interessante que em 2009 o dólar chegasse à cotação de R$ 2,90.
"Além de as indústrias brasileiras voltarem a abastecer o mercado interno, sem tanta concorrência internacional, o câmbio vai fazer com que o Brasil recupere a diversidade na pauta de exportação", destacou.
Veículo: Diário do Comércio - MG